segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Com Dilma no segundo turno para o Brasil seguir mudando

O Brasil de Lula, hoje, e o de Dilma, amanhã, é e será o país do crescimento acelerado, logo cada vez mais empregos e renda. Mas um país que cresce porque distribui renda. Que retirou 28 milhões de homens e mulheres da pobreza. Que possibilitou a ascensão social de 36 milhões de brasileiros. Que criou mais de 14 milhões de empregos formais. Que expandiu o crédito, sobretudo para os de baixo. Que fez crescer sete vezes os recursos para a agricultura familiar. E que fez tudo isso sem inflação ou ameaça dela. O Brasil de Lula e de Dilma é o país que possui uma das mais baixas dívidas internas do mundo. Que deixou de ser devedor internacional, passando à condição de credor. Que não é mais servo do FMI. É o país que enfrentou com tranquilidade a mais grave crise econômica mundial. Foi o último a sofrer seus efeitos e o primeiro a sair dela.
Dilma continuará a reconstruir e fortalecer o Estado e a valorizar o funcionalismo. O Brasil de Lula e de Dilma está reconstruindo aceleradamente sua infraestrutura energética, seus portos e ferrovias. É o Brasil do PAC. O Brasil do Pré Sal. O Brasil do Bolsa Família. É o Brasil do Minha Casa, Minha Vida, que vai continuar enfrentando o problema da moradia, sobretudo para as famílias de baixa renda.
Nosso desenvolvimento continuará sendo ambientalmente equilibrado, como demonstram os êxitos que tivemos no combate ao desmatamento e na construção de alternativas energéticas limpas. Manteremos essa posição nos debates internacionais sobre a mudança do clima.
No Brasil de Lula e de Dilma foi aprovado o FUNDEB que propiciou melhoria salarial aos professores da educação básica. É o país onde os salários dos professores universitários tiveram considerável elevação. Onde se criaram 14 novas universidades federais e 124 extensões universitárias. Onde mais de 700 mil estudantes carentes foram beneficiados com as bolsas de estudo do Prouni e 214 Escolas Técnicas Federais foram criadas. Onde 40 bilhões de reais foram investidos em ciência e tecnologia. Esse Brasil continuará a desenvolver-se porque o Governo Dilma cuidará da pré-escola à pós-graduação e fará da educação de qualidade o centro de suas preocupações. O Brasil de Dilma continuará dando proteção à maternidade e protegendo, com políticas públicas, as mulheres da violência doméstica. Será o Brasil que dará prosseguimento às políticas de promoção da igualdade racial.
Os alicerces de um grande Brasil foram criados. Mais que isso, muitas das paredes desta nova casa já estão erguidas.
A obra não vai parar.
Vamos prosseguir no esforço de dar saúde de qualidade com mais UPAS, Samu, Brasil Sorridente, Médicos de Família.
Vamos continuar o grande trabalho de garantir a segurança de todos os brasileiros, com repressão ao crime organizado e controle das fronteiras, mas, sobretudo, com respeito aos direitos humanos, ações sociais e a participação da sociedade como vêm acontecendo com as UPP.
Vamos continuar a ser um país soberano, solidário com seus vizinhos. Um país que luta pela paz no mundo, pela democracia, pelo respeito aos direitos humanos. Um país que luta por uma nova ordem econômica e política mundial mais justa e equilibrada.
Os brasileiros continuarão a ter orgulho de seu país.
Mas, sobretudo, queremos aprofundar nossa democracia. A grande vitória que a coligação PARA O BRASIL SEGUIR MUDANDO obteve nas eleições para o Congresso Nacional permitirá que Dilma Rousseff tenha uma sólida base de sustentação parlamentar.
Diferentemente do que ocorreu entre 1995 e 2002, a nova maioria no Congresso não é resultado de acordos pós-eleitorais. Ela é o resultado da vontade popular expressa nas urnas. Essa maioria não será instrumento para esmagar as oposições, como no passado. Queremos um Brasil unido em sua diversidade política, étnica, cultural e religiosa.
Por essa razão repudiamos aqueles que querem explorar cinicamente a religiosidade do povo brasileiro para fins eleitorais. Isso é um desrespeito às distintas confissões religiosas. Tentar introduzir o ódio entre as comunidades religiosas é um crime. Viola as melhores tradições de tolerância do povo brasileiro, que são admiradas em todo o mundo.
O Brasil republicano é um Estado laico que respeita todas as convicções religiosas. Não permitiremos que nos tentem dividir.
O Brasil de Dilma, assim como o de Lula, é e será uma terra de liberdade, onde todos poderão, sem qualquer tipo de censura, expressar suas idéias e convicções.
Será o Brasil que se ocupará de forma prioritária das crianças e dos jovens, abrindo-lhes as portas do futuro. Por essa razão dará ênfase à educação e à cultura.
Mas será também um país que cuidará de seus idosos, de suas condições de vida, de sua saúde e de sua dignidade.
Sabemos que os milhões que estiveram conosco até agora serão muitos mais amanhã.
Para dar continuidade a essa construção iniciada em 2003 convocamos todos os homens e mulheres deste país. A hora é de mobilização. É importante que nas ruas, nas escolas, nas fábricas e nos campos a voz da mudança se faça ouvir mais fortemente do que a voz do atraso, da calúnia, do preconceito, da mentira, dos privilégios.
À luta, até a vitória.



Brasília, 07 de outubro de 2010.

Coligação Para o Brasil Seguir Mudando.

Comentários de Domingos Leonelli sobre o desempenho do PSB na campanha eleitoral de 2010



O PSB da Bahia saiu vitorioso e mais forte das últimas eleições com a conquista do mandato da primeira Senadora da Bahia, nossa companheira Lídice da Mata. Sofreu, no entanto, derrotas sérias sobre as quais precisamos refletir. Analisar essas derrotas e extrair delas as lições para o futuro.
Penso que a melhor maneira de agradecer o apoio que recebi, cuja maior expressão foram os mais de 50.000 votos livres e conscientes, de reconhecer a importância das nossas candidaturas a deputado estadual e também às outras candidaturas a deputado federal é repassar, ainda à quente minhas primeiras percepções abrindo um debate no partido capaz de transformar experiências vividas em aprendizado e em práxis política.
O PSB e o quadro geral
O PSB está inserido num contexto de avanço geral das forças políticas que se caracterizavam como esquerda brasileira, sob a hegemonia do PT.
Essas forças que já haviam ganhado as eleições nacionais de 2002 com a candidatura de Lula à presidência da República, reproduziram aqui na Bahia com Wagner à frente, o projeto de avanço e inclusão social que Emiliano José chama de " revolução democrática".
A força hegemônica (o PT) e seus aliados (inclusive nós do PSB) à esquerda e ao centro fizeram a Bahia avançar em quase todas as áreas. Mas, de maneira geral, adaptaram-se eficientemente ao modelo político que resultou desse avanço.Uma transição com métodos e discursos modernos e também algumas práticas anti gas.
Esse paradoxo entre modernidade e conservadorismo, ainda que inevitável, nos períodos de transição (no caso da Bahia transição do carlismo para a esquerda) são agravados pela fragilidade legislativa dos novos governos. Tanto o de Lula como o de Wagner.
O fato é que ao lado da conquista do voto de opinião dos cidadãos principalmente para a chamada chapa majoritária - governador, vice, senadores - verificou-se, também, a cooptação de lideranças políticas e a utilização de pesados recursos financeiros na campanha proporcional.
Ficou pouco espaço para a conquista tradicional de votos (para a esquerda) via apresentação de bom desempenho nas funções públicas, coerência e história dos candidatos proporcionais. Prevaleceu o uso das máquinas (sindicais, oficiais e religiosas) e o dinheiro para atender as exigências dos antigos cabos eleitorais que agora se autodenominaram de "lideranças" e precisam remunerar pessoal para distribuir panfletos; transportes pessoais e outros etcetaras. E nos grandes centros, as curtas aparições de proporcionais na TV (os candidatos a deputado apareciam em programas temáticos) foram substituídas pelas milionárias produções de placas, cartazes e pinturas.
Sob o manto da enorme popularidade de Lula - justíssima- constataram-se as práticas políticas mais antigas, algumas estranhas à história do nosso grande presidente.
Por outro lado, a realização conjunta de eleições proporcionais e majoritárias reduz enormemente a presença, a importância e a relevância para o eleitor das candidaturas a deputado estadual, deputado federal e vereadores.O principal esforço de inteligência nos meios de comunicação, na forma física de campanha (carreatas, comícios, caminhadas) tudo converge quase que exclusivamente para a campanha de Presidente, Governador, de Prefeito e de Senador ou Senadores.
Assim é que se desenhou um quadro merecedor de reflexão: enquanto as campanhas majoritárias possibilitaram ao eleitor uma escolha consciente, uma avaliação minimamente racional e um volume de informações (ainda que tratada pela publicidade) bastante razoável, a disputa pelo voto de deputados era um verdadeiro "pega pra capar" fisiológico e financeiro.
A hipocrisia da legislação eleitoral que proíbe bottons, camisas, out-door, showmício, mas permite contratação de pessoal, acaba por valorizar ainda mais a travestida compra de votos disfarçada de contrato de trabalho com panfleteiros e prestadores de "serviços". Enquanto alguns candidatos contratavam apenas algumas dezenas de pessoas que realmente se limitavam a distribuir panfletos, dirigir carros e trabalhar na campanha, outros incorporavam muitos milhares de "militantes profissionais" obviamente em troca do voto dos mesmos.
E se considerarmos que apesar dos 14 milhões de empregos gerados no Governo Lula, apesar de programas como Bolsa Família, Água para Todos, Luz para Todos, Pronaf, Minha Casa Minha Vida, e tantos outros, ainda temos legiões de jovens desempregados nos bairros das grandes cidades, milhares de ruas com esgoto a céu aberto, milhões de pessoas morando miseravelmente, centenas de milhares de garotos e garotas viciados em crack ou cooptados pelo tráfico, a força do "trabalho" temporário desses jovens para campanha eleitorais ou a troca do voto por benefícios mínimos realizados pelos poderes públicos, ganham uma relevância decisiva.
Claro que cabem as perguntas obvias: - você não sabia disso, antes? Não são essas as regras do jogo? Porque então, entrou na disputa? A resposta não é fácil e talvez corresponda a um conjunto de elementos tido para muitos como subjetivo e inconsistente: esperança. E além da esperança o cumprimento de deveres partidários, a ingênua vaidade oriunda da força moral, talvez uma certa ilusão ideológica. Mas, acima de tudo, no erro de avaliação da realidade concreta.
Para nós do PSB vale a pena analisar alguns outros fatores, erros e acertos que em minha opinião contribuíram para a grande vitória da eleição de Lídice, para a perda da nossa cadeira na Câmara Federal e para nosso fraco desempenho para a Assembléia Legislativa.
Acertos:
1) a decisão, difícil à época de compreender, da candidatura de Lídice a Vice de Pinheiro, mesmo quando ela possuía 12% da preferência nas pesquisas contra apenas 2% de Pinheiro. Avaliamos corretamente que não tínhamos estrutura partidária e recursos materiais para sustentar uma candidatura própria a Prefeitura de Salvador para disputar com João Henrique, ACM Neto e a candidatura do PT. Diferentemente de 2004 quando não estávamos no Governo e tivemos o apoio do PMDB.
2) O apoio a administração do Governador Jaques Wagner, tanto no terreno político como na área administrativa, contribuindo,especialmente na área do turismo, para o sucesso do seu governo.
3) A ascenção de Lídice à coordenação da Bancada Federal, ajudando a obtenção de recursos para a Bahia.
4) O afastamento do grupo interno do PSB comprometido com a candidatura do ex-ministro Geddel Vieira Lima.
Erros, Equívocos e Ônus
1) Indefinição há 2 anos atrás de candidatos a deputado federal que pudessem substituir Lídice na hipótese de sua candidatura ao Senado. (vale registrar que dentre os candidatos eleitos, praticamente todos eram candidatos há 4 anos)
2) Excessiva tolerância interna com prefeitos, vereadores e dirigentes partidários sem compromisso político e ideológico com o projeto socialista e nem mesmo com a fidelidade partidária eleitoral.
3) Indefinição de candidatos a deputado estadual com pelo menos 2 ou 3 anos de antecedência.
4) Avaliação equivocada da necessidade de recursos financeiros para uma campanha eleitoral nos dias de hoje e da realidade política vigente.
5) Cumprimento excessivamente rigoroso da orientação geral do governo, não vinculando em nenhum momento nossa presença na Secretaria de Turismo a qualquer tipo de contrapartida político-eleitoral.
6) Erro de avaliação e timidez na definição pela nossa participação no chamado "chapão" - para deputado federal, ao invés de concorrer com chapa própria. Chegamos a 163.000 votos socialistas com a soma dos votos nominais e os votos de legenda. E tudo indica que se tivéssemos programa de TV próprio do PSB chegaríamos aos 180.000 votos do coeficiente e hoje teríamos um federal e um suplente do Partido. (O PSDB fez essa opção, correu o risco e teve sucesso)
7) E, além disso, definida a participação no chapão não realizamos esforços para convencer os companheiros sobre a necessidade de concentrar os esforços sobre uma única candidatura a deputado federal.
8) Considerando a necessidade de atender à demanda oriunda de nossa participação na chapa majoritária, também não conseguimos estabelecer uma política de concentração de esforços sobre alguns candidatos a deputado estadual levando em conta os candidatos mais expressivos do PSL.
9) Também em conseqüência de nossa participação na chapa majoritária não conseguimos que a resolução do Diretório Nacional determinando a obrigatoriedade do voto de prefeitos, vereadores, dirigentes partidários, candidatos, para nossas candidaturas a deputado federal fosse efetivamente cumprida. Resta-nos agora apenas o cumprimento da mesma pela negação da legenda partidária aos não cumpridores da resolução.
10) E novamente em conseqüência de nossa participação na chapa majoritária aceitamos um formato de programa eleitoral de TV e rádios que embora tecnicamente bem feito, reduzia fortemente a aparição de candidatos com projeção na sociedade, facilitando aqueles menos conhecidos porem fortemente lastreados em máquinas oficiais, sindicais e religiosas.
E finalmente, sentimos na campanha, os reflexos de um problema estrutural do nosso partido: a insuficiência de quadros políticos e administrativos. O envolvimento de nossos maiores dirigentes nas esferas do executivo e nos legislativos, deixou-nos sem o número suficiente de assistentes e dirigentes aos nossos núcleos, diretórios municipais, diretórios zonais e comissões provisórias dos municípios. Em resumo a função definida como direção política não se realizou plenamente antes, durante e depois das eleições.
As reflexões acima constituem-se no meu ponto de vista estritamente pessoal sem nenhuma discussão com a Direção Estadual, candidatos e outras instâncias partidárias. É apenas um ponto de partida e uma contribuição pessoal, repito, para uma discussão mais ampla e sistematizada.
Saudações socialistas, Domingos Leonelli

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lídice da Mata é mais um reforço para a bancada da educação no Senado

Gorete Brandão*
O Senado ganhará, a partir de janeiro, mais um reforço para a bancada de parlamentares engajados na luta pela qualidade da educação. Primeira senadora eleita pelos baianos, a atual deputada Lídice da Mata destacou, em entrevista à Agência Senado, que já vinha se dedicando ao tema na Câmara dos Deputados e que pretende continuar levantando a bandeira na nova Casa, ao lado de todas as causas associadas aos interesses específicos da economia e do desenvolvimento de seu estado.
- É preciso concentrar esforços e recursos para uma profunda transformação no campo da educação, requisito para a continuidade do crescimento do país, com competitividade e inclusão social. Esse é o grande desafio que o Brasil precisa vencer - afirmou Lídice, eleita pelo PSB.
A futura senadora apontou, de forma concreta, a necessidade de mais investimentos na pré-escola, especialmente para que se possa dotar o país de ampla rede de creches. Mas assume o cuidado de ressalvar que não se trata apenas de abrir unidades de "guarida" para as crianças. Conforme explicou, os estabelecimentos devem assegurar aos filhos das famílias mais humildes "os primeiros incentivos cognitivos", em padrões iguais aos das boas escolas particulares.
Na reforma do sistema acalentada pela futura senadora, outra linha de atenção deve ser dispensada à educação profissionalizante, visando à inclusão de jovens no mercado de trabalho. Ela defendeu a implantação de escola profissionalizante em toda cidade com mais de 40 mil habitantes.
- Proposta com tal alcance, no entanto, não pode ser feita de uma hora para outra - observou.
Para a deputada, um dos obstáculos seria a falta de professores para atender de imediato tantas escolas profissionalizantes. Além disso, destacou, não haveria recursos disponíveis para a implantação de um programa de tal porte. Essa é uma das razões pela qual ela defende a ampliação dos recursos para a educação no país, do teto atual de 5,5% do Produto Interno Bruto (PIB), para 10%.
- Isso não é uma utopia vã; é uma necessidade - comenta.
Na avaliação da futura senadora, não se pode ainda falar em educação sem considerar a cultura, "berço das raízes de nosso povo e matriz de sua identidade". Como senadora, ela disse que continuará tentando apoiar, por meio de instrumentos legislativos, ações que valorizem simultaneamente a educação e a cultura.
Nesse sentido, ela destaca projeto de lei que apresentou à Câmara que prevê a criação de um campus avançado da Universidade Federal da Bahia na região de Canudos, no sertão da Bahia. A cidade está associada à saga do beato Antonio Conselheiro, líder religioso que, junto com seus seguidores, foi esmagado por forças militares mobilizadas pelos governantes da então jovem República brasileira.
- Canudos pode vir a ser um museu a céu aberto, como um centro de pesquisa histórica e sociológica e de visitação - comentou Lídice, ao abordar também o potencial turístico da região, como tantas outras do estado da Bahia.
Autonomia feminina
Nesse novo momento de sua vida política, a futura senadora também disse querer continuar atuando em favor das causas das mulheres, às quais está associada desde o início de sua vida parlamentar, como vereadora em Salvador. Por isso, volta ao tema das creches, parte de sua visão sobre a educação integral, para destacar como um programa desse tipo também pode favorecer a autonomia feminina, pois permite tempo e tranqulidade às mulheres, para que possam buscar oportunidades na vida social e no mundo do trabalho.
Nascida em Cachoeira, cidade do Recôncavo Baiano, Lídice é formada em economia. Ela começou sua carreira política como militante estudantil e, em 1982, aos 27 anos, foi eleita vereadora pelo PMDB na capital baiana. Em 1986, foi deputada constituinte e dois anos mais tarde tornou-se a primeira prefeita de Salvador. Lídice foi candidata ao governo baiano, em 1990, numa chapa composta só de mulheres. Depois, ocupou vaga na Assembléia Legislativa da Bahia, onde presidiu a comissão especial de Defesa dos Direitos da Mulher.
*Gorette Brandão é jornalista da Agência Senado

domingo, 10 de outubro de 2010

A Senadora eleita Lidice da Mata PSB em entrevista ao Bahia Noticias.



A Senadora eleita Lidice da Mata PSB em entrevista ao Bahia Noticias fala do crescimento do Partido Socialista Brasileiro, se depender da primeira senadora eleita pela Bahia, o atual presidente do Senado Federal não se reelegerá no próximo biênio.
Bahia Notícias: O PSB baiano sai com o saldo, na eleição deste ano, de sua vitória na disputa por uma das vagas ao Senado, mas não elegeu nenhum deputado estadual ou federal. Como avalia o desempenho do PSB na eleição?

Lídice da Mata: O PSB é vitorioso na Bahia e no Brasil. Nós reelegemos bem nossos dois governadores, ganhamos em Espírito Santo, que não tínhamos, ganhamos três eleições ao Senado, e temos mais três candidatos a governadores no 2º turno, em Piauí, Paraíba e Amapá. Então o PSB sairá com uma vitória nacional importante. Aqui na Bahia, a estratégia do partido foi priorizar a eleição de senador. Nós sabíamos que seria uma eleição difícil, dos deputados federais, nesta coligação. Na eleição passada fizemos uma coligação com o PMDB, mais leve que a com o PT. Sabíamos que era uma coligação muito grande, o partido pretendia sair sozinho pra disputar a eleição de deputado estadual e federal, mesmo correndo o risco de não fazer ninguém. Abrimos mão nisso, em função de compreender de que entrando na chapa majoritária tínhamos que sacrificar, pelo objetivo maior de ter um senador da Republica. Imaginar que o PSB saiu derrotado das eleições não é verdade. Tivemos quatro candidatos a deputado federal, uma eleição como a de Domingos Leonelli que saiu de última hora para me substituir, nunca foi candidato, concorrendo com candidaturas que estavam estabelecidas dentro do governo e fora dele por muito tempo. Era a chapa mais competitiva que existia. Tivemos dois candidatos competitivos: Leonelli teve 50 mil votos e Bebeto teve 44 mil. Tivemos votos para eleger um deputado federal. Não conseguimos unificar uma estratégia que concentrasse em uma candidatura só. Nós temos um partido forte em Vitória da Conquista. Tivemos uma candidatura lá com 17 mil votos e outra com 15 mil para estadual, mas em muitos momentos é difícil convencer o partido a ter um projeto regional e não um projeto municipal.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Bancada socialista cresce no Senado Federal

Dois novos nomes comporão a bancada do PSB no Senado Federal na próxima Legislatura. Rodrigo Rollemberg, eleito pelo Distrito Federal, e Lídice da Mata, pela Bahia, estarão ao lado do senador Antônio Carlos Valadares que se reelegeu para o terceiro mandato consecutivo por Sergipe.
O partido triplicou assim o número de senadores eleitos em 2006, quando elegeu apenas Renato Casagrande, que agora deixará o Senado, a partir de primeiro de janeiro, para assumir o governo do Espírito Santo.
Com 738.575 votos, o líder do PSB na Câmara dos Deputados, Rodrigo Rollemberg, foi o segundo senador mais votado do Distrito Federal. Para o senador eleito, o resultado das urnas deixa claro que a população quer mudanças na política. “Essa mensagem é clara e pode ser comprovada com a votação expressiva em candidatos que defendem a ética e a moralidade”, disse. Rollemberg afirma que lutará pela aprovação de leis que melhorem a qualidade de vida da camadas menos favorecidas da população.
A Educação será o principal foco de atuação de Lídice da Mata, primeira senadora eleita pela Bahia, com mais de três milhões de votos. “O desafio é fortalecer a educação pública, melhorando o ensino nas escolas, para que todos possam ter uma educação de qualidade”, destacou. Ela disse, ainda, que há necessidade de investimentos em turismo e a valorização da cultura no Estado.
Reeleição– O senador Antônio Carlos Valadares (SE) foi eleito pela terceira vez consecutiva com 476.549 votos. O líder do PSB no Senado afirmou que foi o voto consciente que o levou de volta ao Senado e que continuará pautando o seu mandato por ética e seriedade. “Foi uma vitória do povo e uma prova de que o trabalho que realizei e as propostas que apresentei surtiram o efeito desejado”, disse.

Tatyana Vendramini

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

A primeira mulher, baiana, no Senado

Governador eleito do ES diz que campanha deve tirar Dilma da redoma

Eleito governador do Espírito Santo com 82,30%, Renato Casagrande (PSB), defende mudanças na campanha de Dilma Rousseff neste segundo turno para que ela seja apresentada como alguém mais próxima da população.
Secretário-geral do PSB, partido que integra a coligação, ele pondera que o PT deve abrir mais espaço na coordenação da campanha para outros partidos.
"Se alguém errar agora fica mais difícil recuperar depois."
Casagrande conversou com a Folha após participar de reunião com o presidente Lula que discutiu a campanha.
Folha - A campanha tem que mudar no segundo turno?
Renato Casagrande - Segundo turno é uma nova eleição, que exige mudanças. Temos que sair do debate de temas secundários para o debate político e centrar fogo na comparação entre os governos do PSDB e do PT, além de mudar a forma como a Dilma é apresentada.
Ela tem que estar muito mais próxima da população. É importante que o programa de TV apresente sua presença em atos junto à população brasileira.
Não dá para colocar a candidata numa redoma...
O que está aparecendo na TV muitas vezes é isso. A TV tem que mostrar a campanha de rua. A campanha precisa buscar mais colaboradores para atuar na coordenação.
FOLHA: Entrar na discussão de temas como aborto e casamento de pessoas do mesmo sexo é cair numa armadilha?
Na minha avaliação a Dilma tem que ser clara com relação a esses temas, que são importantes para os cristãos do país todo, mas não deve centrar a campanha nesses temas que causaram problemas para a candidatura dela. A campanha tem que buscar o debate de projeto político para o Brasil.
FOLHA: Qual efeito teve para a campanha o segundo turno?
R: Essa é a semana mais importante para a Dilma. Ela tem que vencer intimamente uma expectativa que foi frustrada, ter estabilidade emocional neste momento, buscar energia para continuar lutando e fazer o enfrentamento político. Se ela conseguir pessoalmente sair-se bem esta semana tem condições de ganhar a eleição. Diria que é a semana mais delicada para a Dilma e a melhor semana do Serra que não tinha expectativa e ir para o segundo turno.
FOLHA: A responsabilidade pelo segundo turno é de quem?
R: Da campanha, dos fatos que interferiram na campanha, relacionados ao governo, como [a quebra de sigilo na] Receita e caso Erenice, e campanhas caluniosas que a Dilma sofreu na internet e que a campanha adversária usou bem. Tem o aproveitamento competente dos adversários de posições mal aproveitadas, de campanhas caluniosas e fatos que aconteceram com pessoas próximas ou do governo que geraram dúvidas no eleitor que preferiu pensar melhor.
FOLHA: A campanha do Serra prometeu salário mínimo maior, 13o para o Bolsa Família, promessas direcionadas para o "eleitor do Lula". A campanha da Dilma não conseguiu um discurso para esse público?
R:
A campanha da Dilma tem que deixar claro que o PSDB já teve sua oportunidade, que são propostas eleitoreiras para ganhar voto num seguimento que ele não tem penetração. É melhor ter uma política duradoura e permanente de aumento do mínimo do que um reajuste abrupto e depois ficar quatro, cinco anos sem aumento. Agora é um contra o outro e essa questão não pode deixar passar sem resposta.
FOLHA: De que forma os governadores eleitos podem ajudar na campanha da Dilma?
R:
Mobilizando os partidos nos Estados, participando da coordenação nacional da campanha. O PT tem que abrir espaço para que outras lideranças participem da campanha que está muito restrita ao partido. São três semanas decisivas na campanha. Se alguém errar agora fica mais difícil recuperar depois.
FOLHA: O senhor acha que deve se perseguir o apoio da Marina ou os votos do eleitorado dela?
R
: As duas coisas. Quem tem relação com a Marina deve conversar com ela, mas a campanha deve buscar os votos dos eleitores da Marina. O eleitor da Marina é diverso, de seguimentos cristãos, de classe média, que não concorda com a polarização PT/PSDB, que não acha isso bom para o Brasil. Tem que ter humildade para levar o discurso para essas pessoas.
FOLHA: O PSB cresceu, vai buscar mais espaço num eventual governo Dilma?
R:
O PSB elegeu três governadores e 35 deputados federais. Não tem nenhuma bancada tão alta que não se consiga vê-la. As bancadas estão mais equilibradas e o futuro governo, se for o da Dilma, vai precisar ter mais equilíbrio.