sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

LÍDICE: Visita de Lula à Bahia é reconhecimento aos baianos e ao governador Wagner

Osvaldo Campos*
A senadora eleita, Lídice da Mata (PSB/BA), acompanhou dia 29, juntamente com o governador Jaques Wagner a última visita oficial do presidente Lula, à Bahia, para a entrega de 680 unidades habitacionais do programa Minha Casa Minha Vida, construídas na rodovia BA-526, km 3,4(estrada CIA/Aeroporto).
O presidente Lula confirmou que o ato foi realizado na Bahia porque o estado se destacou nas parcerias firmadas com o governo federal no setor habitacional.
“Uma das razões de eu vir aqui é o fato da Bahia ser o estado que mais contratou casas”.
Para o governador, “é uma honra para os baianos que Lula tenha escolhido a primeira capital brasileira, a terra mãe do Brasil, para realizar a última viagem como presidente”.
Para a nova senadora do PSB, Lídice da Mata, "o presidente encerra muito bem o seu mandato na Bahia, estado onde ele obteve as maiores votações e que contribuiu de forma expressiva para a vitória da presidenta Dilma Rouseff no Nordeste". Esse é sem dúvida um sinal de reconhecimento aos baianos e ao governador Jaques Wagner, assinalou.
Para Lídice, "suprir o déficit habitacional é sem dúvida um dos grandes desafios e o presidente Lula deu uma contribuição importante ao assinar contratos de 42 empreendimentos para a Bahia com 16.540 unidades habitacionais destinadas à população com renda familiar de zero a três salários, em municípios com mais de 50 mil habitantes."
Wagner lembrou ainda que as realizações no setor habitacional e as intervenções em saneamento estimulam inclusive a geração de emprego. “Ganha quem recebe e ganha quem trabalha na obra”. O último ato oficial de Lula fora do Distrito Federal contou com apresentação de grupos baianos como Filhos de Gandhy, Ilê Ayê e o Trio Armandinho, Dodô & Osmar.
Em nível nacional da meta estipulada de um milhão de unidades do programa Minha Casa, Minha Vida até agora foram autorizadas 923 mil habitações. Para a Bahia, foram destinados pelo PAC Habitação e Saneamento em torno de R$ 1,65 bilhão no lançamento e efetivamente contratados R$ 2,84 bilhões no PAC I, que envolve urbanização, provisão habitacional, água, drenagem, esgoto, dentre outros.
* Membro da Executiva do PSB em Salvador

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Socialistas comandarão Integração Nacional e Secretaria de Portos


A presidente eleita Dilma Rousseff anunciou nesta terça-feira (21) os dois ministérios que serão comandados pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco, Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE), será o novo ministro da Integração Nacional. Nascido em Petrolina, no sertão pernambucano, Bezerra é formado em Administração de Empresas pela Escola de Administração de São Paulo (Eaesa), da Fundação Getulio Vargas.
Entre as atividades que exerceu está o cargo de superintendente da Autarquia Educacional do Vale do São Francisco. Foi deputado estadual entre os anos de 1982 e 1986; secretário da Casa Civil do governo do Estado, de 1985 a 1986 e deputado federal entre os anos de 1986 e 1992. Ocupou a prefeitura de sua cidade natal por três mandatos (1992, 2000 e 2004).
Atualmente, além de assumir uma pasta no governo de Pernambuco, Bezerra preside Complexo Industrial Portuário de Suape. “Dilma Roussef escolheu como ministro da Integração Nacional um pernambucano que tem espírito público, capacidade de trabalho, arrojo e lealdade para ajudar a presidente Dilma, ajudar o Brasil”, afirmou o presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos.
Já a Secretaria de Portos ficará sob a responsabilidade do prefeito do município cearense de Sobral, Leônidas Cristino (PSB). O socialista é engenheiro civil graduado pela Universidade de Fortaleza, em 1982.
Em 1989, Cristino foi diretor de Operação da Superintendência Municipal de Obras e Viação (Sumov), da prefeitura de Fortaleza, na gestão de Ciro Gomes. Entre 1991 e 1994, quando Ciro governou o Ceará, foi secretário estadual dos Transportes, de Energia, Comunicações e Obras.
Em 1995, o futuro ministro da Secretaria de Portos foi eleito deputado federal. Entre 1999 e 2002, ele foi secretário de Obras do município de Sobral. Em 2002, foi novamente eleito deputado federal e, em 2004, assumiu a prefeitura de Sobral.
Fonte: Portal do PSB ( com informações da Agência Brasil )

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Capitão Tadeu consegue mandato no TSE


O deputado estadual Capitão Tadeu (PSB), que foi diplomado na noite desta quinta-feira (16) como suplente, não ficou sequer meia hora na condição de reserva. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) expediu uma liminar, assinada pelo ministro Marco Aurélio de Melo, que considera os votos do candidato a deputado estadual, Wank Medrado (PSL). Com a contabilização de cerca de 12 mil votos, a coligação de Capitão Tadeu ganha mais uma vaga na Assembleia. Ele, como primeiro suplente, é alçado ao cargo de deputado. Quem saiu perdendo foi o petista Carlos Brasileiro, que foi diplomado como deputado, mas vai ter que esperar agora uma vaga na Assembleia. O mérito do processo só será julgado em fevereiro de 2011, mas Tadeu exulta: "Ministro percebeu que há uma fumaça do bom direito ao conceder a liminar. É um indício muito claro de que eu tenho razão".

Fonte: Bahia Notícias

Lídice discorda de aumento de deputados

Ainda na repercussão de parlamentares baianos sobre o aumento no salário de deputados federais aprovado nesta quarta-feira (15), em Brasília, a senadora eleita Lídice da Mata (PSB), beneficiada pelo reajuste, deu sua opinião. “Não votei porque discordo do percentual”, afirmou. Ela sugeriu que o aumento tivesse como parâmetro a variação do salário mínimo no mesmo período referido. Isto seria desde 2007, ano do último reajuste na Câmara. “No Brasil, todo teto vira mínimo”, disparou a parlamentar. A deputada federal reeleita Alice Portugal (PCdoB) também discordou do aumento, para ela, exagerado. Assim como a colega parlamentar, ela vê necessidade no aumento. De acordo com Alice, o exercício do mandato legislativo é custoso. “Se gasta com panfletos, postais, viagens, jornais informativos...”. Questionada se já não existe a verba indenizatória para isso, ele respondeu: “Mas o que eu gasto, os R$ 15 mil da verba indenizatória, é insuficiente, e o gasto entra pelo meu salário".


(Rafael Rodrigues / Felipe Campos)

Diplomada a primeira senadora da Bahia



A senadora Lidice da Mata(PSB/BA) foi diplomada hoje (16) em solenidade realizada no Centro de Convenções da Bahia, no ato foram diplomados também o governador Jaques Wagner, o vice Otto Alencar e o senador Walter Pinheiro, além dos deputados estaduais , federais e suplentes.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lula e Wagner dão início à Ferrovia Oeste-Leste na Bahia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que seu governo "ensinou ao País que é possível trabalhar com dois objetivos ao mesmo tempo". Lula participou da cerimônia de assinatura das ordens de serviço dos quatro lotes do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste, no Centro de Convenções de Ilhéus, litoral sul da Bahia. (Na foto, a senadora do PSB, Lídice da Mata ao lado de Lula e Wagner).
"O Brasil não sabia crescer sem inflação, não sabia exportar e fortalecer o mercado interno, parecia que uma coisa era inimiga da outra", disse. "O Brasil ora decidia que queria fazer ferrovia, ora decidia que queria fazer rodovia. Nunca se pensou que era mais interessante a gente ter a ferrovia, a rodovia e a hidrovia, um sistema de transporte intermodal, como o que estamos fazendo."
O primeiro trecho da ferrovia tem 537 quilômetros e vai ligar Ilhéus a Caetité (BA), beneficiando diretamente a indústria de extração de minério de ferro instalada no município. O investimento previsto é de R$ 2,4 bilhões e a obra deve empregar 10 mil pessoas e ser concluída em dezembro de 2012.
O segundo trecho, que vai ligar Caetité a Barreiras (BA) e permitir o escoamento da produção da fronteira agrícola do extremo oeste baiano, tem conclusão prevista para um ano depois. Após essa fase, o terceiro trecho irá ligar Barreiras a Figueirópolis (TO), onde ocorrerá a integração com a Ferrovia Norte-Sul.
O escoamento da produção será feito pelo Porto Sul, que será construído em Ilhéus. "Ainda falta o porto, que está sendo discutido, mas penso que, se tudo der certo, lá pelo mês de março a companheira Dilma (Rousseff) estará aqui para fazer o mesmo gesto que estou fazendo hoje, anunciando o começo da construção do porto", disse Lula.
Despedida
O presidente repetiu o tom de despedida do governo em seu discurso. Disse ter "a sensação do dever cumprido" e não acreditar "que alguém seja capaz de governar o País sem conhecê-lo". "É muito difícil governar sentado em uma cadeira em Brasília, no ar-condicionado", afirmou. "Ou você conhece a realidade, a cara desse povo, ou só vai fazer o que sempre foi feito, governar para apenas 30 milhões de pessoas."
Além disso, Lula defendeu as políticas assistencialistas que fortaleceu ao longo dos dois mandatos. "Não basta crescer, a gente precisa também ter política de distribuição de renda", disse. "Na crise econômica, quem sustentou a economia do País foram as classes C e D, que consumiram mais que as classes A e B. Dê a um pobre R$ 10 e ele vira um consumidor. Dê a um outro cidadão R$ 1 milhão que ele vira especulador."
Para Lula, o País encontrou a "equação perfeita" entre a "macroeconomia que não foge da responsabilidade e a microeconomia que faz com que as coisas cheguem às casas das pessoas". "Dizem que o Lula só fala de pobre. Mas os ricos não precisam do Estado, quem precisa do Estado é a parte mais pobre."
O presidente também afirmou ter feito do Brasil "um País de economia capitalista". "Não era antes porque era um País que não tinha consumidores, não tinha crédito, nem financiamento. Um país capitalista que não tem capital é o que?", questionou. "Hoje, só o Banco do Brasil tem mais crédito que todo o País tinha em 2003."

Tiago Décimo - Agência Estado

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Terceiro Salto do Turismo é apresentado em Seminário em Brasília.

Domingos Leonelli
Ex-Secretário de Turismo do Estado da Bahia

A experiência da gestão socialista no turismo caracterizou-se pela inovação, pelo aumento da qualidade do destino e pelo esforço de integração social do turismo na economia do Estado.
Os três eixos estratégicos acima referidos tomaram a denominação de Terceiro Salto do Turismo da Bahia na medida em que se reconhecia a importância dos marcos históricos anteriores, os dois primeiros saltos, mas se definia numa nova fase da atividade.
A denominação de Terceiro Salto tem menos a ver com marketing governamental e mais com a busca de propiciar aos atores da máquina pública e aos parceiros econômicos e sociais o sentido de pertencimento a um projeto planejado e estruturado para promover mudanças de ordem conceitual e ideológica. Semelhante sensação valoriza a participação dos servidores públicos em suas mais variadas graduações com a ideia de estarem escrevendo a história das instituições que participam. Transmite, também, aos parceiros privados a segurança de que a administração pública reconhece o patrimônio acumulado e tem nítida noção de sua responsabilidade em relação ao futuro.
Os três eixos estratégicos do Terceiro Salto desenvolveram-se sob a égide da participação da sociedade, atendendo, também nesse aspecto, à orientação geral do primeiro Governo Wagner.
Porque Terceiro Salto
O estudo do desenvolvimento do turismo no Estado da Bahia – obviamente a tarefa inicial de um gestor socialista – levou-nos a identificar o primeiro salto como o período, dos anos 30 aos anos 60, em que se construiu a imagem turística e cultural da Bahia, sua história, sua magia. A projeção dessa imagem para o Brasil e para o mundo pela literatura de Jorge Amado – à época um escritor militante e depois deputado constituinte pelo Partido Comunista Brasileiro – pelas músicas de Dorival Caymmi, o genial mulato ítalo-baiano, responsável por extraordinária produção musical. A interpretação poética e literária da Bahia não só atraiu como se multiplicou nos estudos antropológicos de Pierre Verger e nas pinturas de Carybé, ambos “turistas-culturais”, que acabaram se transformando em moradores e cidadãos. Essa “cooptação” continuou proliferando com outros importantíssimos escritores, músicos, cineastas, artistas e pensadores, principalmente nos anos 50, quando acontece a reinvenção do Carnaval com o trio elétrico.
A esse diferencial marcadamente baiano, acresceram-se fatores econômicos de repercussão externa e consequente divulgação do destino Bahia, como a exportação de cacau, a descoberta e a exploração do petróleo, as exportações de minerais.
Em seguida observamos o segundo salto do turismo que é marcado pela intervenção mais objetiva do Estado. O primeiro planejamento turístico para o Recôncavo Baiano foi elaborado sob a direção de Rômulo Almeida, intelectual de esquerda e estrategista de desenvolvimento do Nordeste. Durante a ditadura militar, os governos de Luiz Viana, Roberto Santos, João Durval e Antonio Carlos Magalhães, implementaram as bases estruturais do turismo : estradas, aeroportos, Centro de Convenções, recuperação de sítios históricos, promoção profissionalizada, formação de um quadro técnico especializado na gestão pública. Novos planos estratégicos e captação de recursos internacionais para a Bahia e para o Nordeste, a exemplo do PRODETUR. Tudo isso ocorreu a partir dos anos 60 do século XX até o início do século XXI.
Desses dois saltos, três grandes lacunas foram deixadas: falta de inovação nos últimos 20 anos, visível déficit na qualidade e quase nenhuma integração dos parques hoteleiros às economias regionais.
Emerge desse quadro o problema da baixíssima absorção pelas camadas populares dos resultados do turismo como atividade econômica.
Assim é que o Terceiro Salto do Turismo pretende se constituir numa superação dialética da contradição comum às economias nordestinas, entre crescimento econômico e desenvolvimento social.
Click aqui e veja mais.

Legislativo independente, como?

Mais de 30% dos eleitores de São Paulo não se lembravam em que deputado federal votaram, 10 dias após as últimas eleições de 3 de outubro. Daqui a um ano esse percentual eleva-se a 80%.
Já o palhaço Tiririca teve 1,3 milhão de votos dizendo que não sabia o que faz um deputado federal. “Vote em mim que eu lhe conto” declarava. Enquanto isso, um dos mais importantes deputados federais da história recente, como José Genoíno, perde a eleição em São Paulo. Estamos, portanto, diante de sintomas institucionais extremamente preocupantes.
Teoricamente, o regime republicano brasileiro baseia-se na existência de três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário. O Legislativo e o Executivo legitimados pelo voto popular.
O presidencialismo brasileiro assegura, por sua vez, aos poderes executivos –governos federal, estaduais e municipais – uma indiscutível legitimidade popular originada das urnas. Já em relação ao Legislativo, as eleições conjuntas de presidente e governadores, com deputados federais e estaduais. Prefeitos com vereadores podem estar comprometendo, na gênese, a legitimidade e a independência desses poderes.
As eleições proporcionais (câmaras de vereadores e de deputados) ocorrendo simultaneamente com as eleições majoritárias para os poderes executivos acabam por colocar os candidatos a presidente, governador ou prefeito como os atores principalíssimos das campanhas eleitorais. Os partidos vão para um distante segundo plano e, com eles, os candidatos proporcionais. Exceção para os candidatos ao Senado, que são majoritários.
A verdade é que o principal esforço de inteligência política e eleitoral concentra-se nas eleições majoritárias. Somente nelas são apresentados nas TVs, nas rádios, nos debates, no noticiário da imprensa, as propostas, os projetos, as ideias e o perfil de cada candidatura. Com toda desigualdade de recursos e de tempo da TV, é possível dar ao eleitor a oportunidade do exercício mais consciente do voto e de uma escolha livre. A chance de verificar a coerência entre as promessas e o histórico político e administrativo do candidato. Ainda que dando o desconto às superproduções publicitárias das campanhas, o eleitor pode examinar o conteúdo das proposições e avaliar a real viabilidade de cada ideia.
E no último pleito tivemos uma linda demonstração da eficiência democrática do nosso sistema eleitoral, para cargos executivos, assegurando a uma candidatura com pouquíssimo tempo de TV, partido pequeno e recursos visivelmente inferiores aos dos seus concorrentes chegar a quase 20% dos votos e provocar uma alteração significativa no quadro da sucessão presidencial. A votação de Marina ainda tem muito a produzir em termos de ciência política.
Já nas eleições proporcionais observa-se quase que o contrário. Os votos mais livres de máquinas, de corporações, e do poder do dinheiro, bandearam-se, muitas vezes, para fenômenos como Tiririca.
Realizadas conjuntamente, as eleições para executivo e as proporcionais fica para esta última um tempo de TV e rádio dividido entre centenas ou milhares de candidatos. Sucedem-se, então, rostos conhecidos e desconhecidos recitando seus nomes, números e um ou outro slogan. Nada que possa ser retido na memória e analisado pelo eleitor, viabilizando uma decisão minimamente racional. Em raríssimos casos em que não havendo coligações proporcionais, ensaia-se um programa partidário onde são melhor apresentados os candidatos proporcionais prioritários daquele partido.
E fora da TV e do rádio, nas ruas, o fenômeno se repete sob outra forma: os candidatos proporcionais disputam ferozmente os muros, gastam fortunas em pichamentos, cartazes e carros de som com jingles horríveis repetindo o seu número. Propostas? Nenhuma. Ideias, formulações? Zero.
Os raros comícios, carreatas e atos públicos, quando ocorrem, destinam-se à chamada chapa majoritária: governador, senadores e presidente. Pano rápido. No máximo os candidatos a deputado são citados nominalmente. Nunca, ou quase nunca, falam.
Aliás, publicitários, organizadores de comícios e atos públicos consideram candidatos a deputado “uns sacos”. E considerando a estrutura das campanhas eles têm razão.
Longe do noticiário, dos debates e da propaganda eleitoral, resta aos candidatos a cargos proporcionais aprofundarem-se nas zonas cinzentas dos acordos eleitorais envolvendo recursos financeiros, acordos em que quase sempre dependem de uso das máquinas municipais, federais, estaduais e sindicais.
E o pior de tudo: os deputados têm suas campanhas desenhadas por fatores, em larga medida, definidos pelas estruturas do poder Executivo. Nos municípios, regiões ou bairros prometem e conseguem votos com as obras que já foram executadas (pelo poder Executivo, óbvio) ou pelas obras que serão realizadas. Também pelo Executivo.
E mesmo as relações das corporações profissionais, religiosas, empresariais com a política ocorrem, quase sempre, com a interveniência ou decisões do Executivo. Nesse caso há exceções situadas no campo da oposição aos governos.
Reduzindo-se o espaço do debate, ou do embate de projetos, ideias e perfis pessoais historicamente situados, amplia-se, automaticamente, o espaço do uso de recursos para remuneração de cabos eleitorais, de “militantes” temporários, também remunerados, de ocupação maciça das cidades com propaganda, apenas para passar a ideia de força material das candidaturas. E essa “força” se materializa na contratação de pessoas permitida pela legislação eleitoral, o que obviamente encobre a compra de votos.
Claro que existem exceções. Algumas delas brilhantes. A maioria refere-se a candidaturas oriundas dos meios de comunicação e entretenimento.
Mas todos sabem que a regra geral é a que está exposta acima.
Cabe, assim, a indagação que motivou este artigo: pode-se pensar em legislativos independentes se as suas funções são tão dependentes do Executivo?
Obviamente que a separação das eleições do Executivo e do Legislativo não se constitui numa solução completa. Mas seria um primeiro passo, seguido de outros, como o financiamento público, o voto partidário, talvez o voto distrital. Até porque seria impossível dar aos milhares de candidatos proporcionais o mesmo tempo de TV que é destinado hoje aos majoritários.
Tudo isso dependerá de senadores e deputados que se elegeram nesse sistema, mas que têm, com certeza, compromissos profundos com a democracia, a ética e o futuro do Brasil.

Domingos Leonelli

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Socialistas debatem Desenvolvimento Econômico e Inclusão Social

Desenvolvimento Econômico e Inclusão Social. Esse foi o tema debatido pelo secretário executivo de planejamento e orçamento do governo do estado de Pernambuco, Antônio Alexandre e o ex-diretor presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Estado-CE (ADECE) e deputado federal eleito, Antônio Balman, nesta quarta-feira
(8), em Brasília. A discussão faz parte do seminário "Os desafios dos governos socialistas – Experiências estaduais bem sucedidas".
Segundo Antônio Alexandre, compartilhar experiências que já foram aplicadas em gestões lideradas pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB) permite consolidar uma visão de desenvolvimento econômico que não considere apenas o crescimento da economia em cada um dos estados e regiões, mas que, dê relevância a outros elementos que definem o projeto de desenvolvimento sustentável, como a inclusão daqueles segmentos que não participam das riquezas geradas pelo ambiente econômico.
“Desejamos um modelo de desenvolvimento que esteja compatível com o projeto político socialista de uma sociedade capaz de organizar os recursos e possibilitar melhoria de qualidade de vida, oportunidades e geração de renda para as pessoas. Uma proposta que se diferencie das que já se tentou implantar no País e excluía milhões de pessoas dos frutos do crescimento econômico”, afirmou.
Antônio Alexandre mostrou, em sua palestra, como Pernambuco pensou a reversão das desigualdades, tanto do ponto de vista regional dos diversos territórios, das diferenças que nós temos no litoral e interior do estado, como também, a falta de acesso que essas camadas da população tinham em relação aos serviços públicos e a qualidade de vida.


terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Lídice da Mata: “Vou honrar a tradição de luta das mulheres baianas”

Primeira senadora eleita pela Bahia, a deputada federal Lídice da Mata (PSB), assumirá, a partir de 1º de janeiro de 2011, a responsabilidade de ocupar uma das 81 cadeiras do Senado. “Eu fui a primeira mulher eleita presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Fui a primeira mulher a ser prefeita de Salvador, assim como a primeira mulher presidente do Partido Socialista Brasileiro no Estado. E agora, a primeira senadora.” Feliz com o resultado das urnas, a parlamentar disse, em entrevista ao Portal PSB, que suas prioridades serão educação e turismo. “Ajudarei o governador Jaques Wagner (PT) a trazer novas universidades federais, fortalecer o ensino técnico-profissionalizante e, principalmente, ajudar os municípios a responderem esse imenso desafio, que é alfabetizar as nossas crianças na escola pública”, afirmou.
Confira abaixo a íntegra da entrevista:
Portal PSB: Quais serão suas prioridades para o Senado?
Lídice da Mata: Desejo continuar atuando na área do turismo. Irei fortalecer a cultura baiana em todas as suas formas de manifestações, inclusive a cultura rural. Trarei para o Senado a minha experiência como presidente da Comissão de Turismo da Câmara dos Deputados. Quero, ainda, dedicar-me com prioridade a questão da educação. O desafio é fortalecer o ensino público. É dar aos filhos dos pobres nas escolas públicas as mesmas condições dos filhos dos ricos. Ajudarei o governador Jaques Wagner a trazer novas universidades federais, a fortalecer o ensino técnico, o ensino profissionalizante e, principalmente, a ajudar os municípios a responder esse imenso desafio, que é alfabetizar as nossas crianças na escola pública.
Portal PSB: Como a senhora vê a conquista da Presidência da República por uma mulher? Que avanços terão as políticas de gênero?
Lídice: Com muita alegria. Esse era um sonho da militância feminista no Brasil. Quanto aos avanços nas políticas de gênero, essa é a maior expectativa das mulheres de todo o Brasil. Pela primeira vez um candidato à Presidência do Brasil coloca como plataforma prioritária a construção de seis mil novas creches em nosso País. Só uma mulher poderia priorizar isso. A creche é parte de uma política de educação e integração. Precisamos fazer com que aqueles que menos podem tenham acesso ao desenvolvimento educacional. Queremos que crianças de oito meses, um e dois anos de idade possam ingressar numa creche para desenvolver suas capacidades cognitivas, mas, acima de tudo, garantir que a mulher possa trabalhar deixando seu filho bem cuidado, em segurança.
Portal PSB: Qual a avaliação que a senhora faz do PSB nas eleições de 2010?
Lídice: O PSB brilhou. Nós estamos como o segundo Partido em número de governadores no Brasil. Crescemos a nossa bancada de deputados federais, senadores e, agora, precisamos nos concentrar para tirar os frutos dessa vitória e consolidá-lo na próxima eleição (de prefeitos e vereadores) e construir um patamar para as eleições de 2014.
Portal PSB: Como é para senhora ter sido eleita a primeira senadora da Bahia?
Lídice: Fui a primeira mulher eleita presidente do Diretório Central de Estudantes (DCE) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), a primeira mulher a ser prefeita de Salvador, assim como, a primeira mulher presidente do Partido Socialista Brasileiro no Estado. E agora, a primeira senadora. Espero que essa vitória sirva de estímulo para que outras mulheres entrem na política. Nossa representação nas casas legislativas é muito pequena diante do que significa a nossa participação na sociedade e no desenvolvimento do país. Não quero ser a única senadora mulher, nem a única a ser prefeita de Salvador. Outras têm de vir. Precisamos de mais mulheres na política não porque são esposas de políticos, ou filhas, mas porque são militantes. No Senado vou honrar a tradição de luta das mulheres baianas.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Dilma recebe nomes do PSB para Integração Nacional e Turismo

O governador pernambucano Eduardo Campos, presidente nacional do PSB, repassou a Dilma Rousseff os nomes de sua legenda para o novo ministério.
Para a pasta da Integração Nacional, o partido indicou Fernando Bezerra Coelho, atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco.
Para o Ministério do Turismo, foi indicado o deputado federal Márcio França, presidente do PSB-SP.
As duas pastas foram asseguradas ao PSB pela própria Dilma. A Integração deixa os domínios do PMDB e retorna ao controle do PSB, que já ocupara a caderia sob Lula.
O Turismo foi à cota do PSB como "compensação" pela perda da pasta da Ciência e Tecnologia, que Dilma decidiu confiar a Aloizio Mercadante (PT-SP).
Há, porém, uma pendência nas negociações de Campos com Dilma. O PSB reivindica a manutenção de Pedro Brito na Secretaria Nacional de Portos.
A secretaria tem status de ministério. Foi criada por Lula em maio de 2007, especialmente para atender a uma demanda do PSB.
Deu-se nas pegadas da saída de Ciro Gomes (PSB-CE) do Ministério da Integração Nacional, agora retomado pela legenda.
Pedro Brito, um economista cearense, era secretário-executivo de Ciro na Integração. Chegou a responder pelo ministério. Depois, foi à secretaria de Portos.
Para desassossego do PT, a lista de nomes manuseada por Campos não traz o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE).
Se Valadares fosse guindado à Esplanada, assumiria a cadeira dele no Senado o primeiro suplente. Vem a ser José Eduardo Dutra, presidente do PT.
Dilma gostaria de dispor de Dutra no Senado. O PSB não se opõe, desde que Valadares vire ministro na “cota pessoal” de Dilma.
Afora os nomes de seu partido, Eduardo Campos negocia com governadores do PT a indicação de outros ministros nordestinos.
Nesta quinta (2), Campos reuniu-se em Brasília com os colegas da Bahia, Jaques Wagner (PT); e de Sergipe, Marcelo Déda (PT).
Participou da conversa também o ex-governador petista do Piauí Wellington Dias, agora senador eleito.
O grupo advoga a tese de que a votação expressiva obtida por Dilma no Nordeste deve ser refletida no primeiro escalão do “novo” governo.
Foram à mesa nomes para dois ministérios. Um deles o do Desenvolvimento Social, responsável pela gestão do programa Bolsa Família.
Para esse cargo, até bem pouco exercido pelo petista mineiro Patrus Ananias, o baiano Jaques Wagner indicou Moema Gramacho, prefeita de Lauro de Freitas (BA).

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Lídice diz que meta do Ministério do Turismo é qualficar 300 mil trabalhadores para a Copa


Ao participar ontem (01) do XII Congresso Brasileiro de Atividade Turística (CEBRATUR), realizado na Câmara, para discutir os impactos dos megaeventos eventos esportivos para o turismo, a deputada Lídice da Mata (PSB/BA) asssinalou que um dos eixos fundamentais de atuação do Ministério do Turismo para a Copa de 2014 diz respeito à qualificação dos profissionais que irão atuar nesse evento, promovendo a “atratividade e satisfação do turista por meio da qualificação profissional de serviços como receptivos de aeroportos, estações, hotéis, funcionários de restaurantes, motoristas de táxi e outros serviços”. A meta definida pelo Ministério prevê a qualificação de cerca de 300. mil trabalhadores nas 12 cidades-sede.
Disse que com esses objetivos o Ministério do Turismo criou o programa Bem Receber Copa visando atuar sobre os setores considerados como críticos de sucesso, tais como alimentação, hospedagem, receptivo, segurança para o turismo e serviços em geral. “Todo o planejamento realizado leva em conta que os turistas não ficarão restritos às 12 cidades-sede: Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e a minha querida Salvador. Essas cidades devem ser consideradas inseridas em seu contexto regional, que por sua vez também está integrado nos 65 destinos indutores para o desenvolvimento do turismo, pedra angular de todo o planejamento estratégico do Plano Nacional de Turismo.”, acrescentou.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Eduardo Campos deve indicar novo Ministro da Integração Nacional

O presidente do PSB, o governador Eduardo Campos (PE), indicou Fernando Bezerra Coelho para o Ministério da Integração Nacional. Depois de ter sacrificado o sonho de Bezerra de ser senador , em nome da aliança que o PSB fez com o PT, Eduardo Campos parece buscar o caminho mais previsível para pagar a dívida.
Quando esteve no lançamento da campanha de Fernando Filho em Petrolina, o governador deixou implícito, em frases do seu discurso, que o ‘tempo de Bezerra chegaria’. Na ocasião, Campos lembrou a frase de que seu avô, Miguel Arraes, lhe dissera, quando intencionava ser governador do Estado: “Tenha calma, tudo tem seu tempo” . “E foi isso que eu repeti ao meu amigo Fernando Bezerra”, concluiu Campos.
O governador referia-se à vontade frustrada de Bezerra ser o candidato ao Senado pelo PSB – teve de ceder espaço a Humberto Costa, candidato do PT a uma das duas vagas de Pernambuco ao Senado, nas útimas eleições.
Agora, um Ministério como recompensa pela tolerância de ter se sentido traído, mas ter ’segurado a onda’ não parece nada ruim.
Na semana passada, Esduardo Campos conversou longamente com a presidente eleita, Dilma Rousseff, sobre a participação dos socialistas no governo. Atualmente, Bezerra é secretário de Desenvolvimento e preside o Compexo Industrial Portuário de Suape.