sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Leonelli : Bahia capta novos voos, turistas e eventos internacionais

O secretário de Turismo da Bahia, Domingos Leonelli (PSB), viajou para a maior feira de turismo da Espanha, a Fitur, com o objetivo de captar novos voos, agências, operadores e empreendimentos para a Bahia. A medida é uma das ações de promoção turística internacional, conta com promoção do Estado, através da Bahiatursa, em outros dez eventos turísticos na Europa e Estados Unidos.
No ano passado, os turistas estrangeiros deixaram R$ 779 milhões na Bahia, o que corresponde a 15,4% da receita total, que foi de R$ 5,07 bilhões. De acordo com dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), em 2008, 514 mil estrangeiros desembarcaram na Bahia, o que representa uma participação de 5,7% do fluxo global.
“Isso coloca a Bahia numa posição privilegiada, uma vez que no Brasil a média de visitantes de outros países chega a 3,9%”, ressalta Leonelli. O secretário explica que as ações devem ampliar ainda mais o número de turistas internacionais que têm sido atraídos para a Bahia.
Os Estados Unidos são o país líder no ranking de turistas internacionais para a Bahia, enviando 63 mil americanos, seguido da França, com 56 mil, Itália, 51 mil, e Portugal, com 50 mil turistas enviados, segundo dados da Fipe.
Ainda em janeiro, a Bahia será promovida na BTL-Lisboa, em Portugal, onde diversos empresários, operadores e agentes de viagem aproveitam o momento para realizar negócios. A Secretaria de Turismo e a Bahiatursa vão realizar, também, outras promoções, como os festivais gastronômicos, pela Rede de Hotéis InterContinental, em Nova York, Atlanta, Miami, São Francisco, Los Angeles, Washington, Madri, Rio de Janeiro e São Paulo.
Um dos principais eventos internacionais já captados pela Bahia acontecerá em abril. O Fórum Criminal das Organizações das Nações Unidas (ONU) reunirá mais de 5 mil participantes, de 190 países, para discutir temas como o combate à criminalidade, direito criminal, direito penal. O fórum será realizado no Centro de Convenções da Bahia, que recebeu R$ 15 milhões em investimentos para reforma da estrutura do prédio, substituição de carpetes, cobertura, implantação de portas anti-incêndio, entre outros serviços.
A implantação de novas rotas internacionais já ganhou um novo voo, em dezembro de 2009. O trecho Madri-Salvador foi reestabelecido pela Air Europa - após uma interrupção por conta da crise econômica mundial - com taxa de ocupação de 98%, apenas no primeiro voo. O trecho Madri-Salvador, que é charter e deve ficar em atividade até maio, havia sido suspenso por conta de um reposicionamento da companhia, adotado após a crise econômica mundial.
Desde 2007, 17 novos voos internacionais foram incorporados à rota da Bahia, incluindo países como Estados Unidos (American Airlines), Argentina e Itália (Air Italy).

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

A Maldição Branca

Eduardo Galeano*
No dia 1º de janeiro de 2004, a liberdade cumpriu dois séculos de vida no mundo. Ninguém reparou, ou quase ninguém. Poucos dias depois, o país do aniversário, o Haiti, passou a ocupar algum espaço nos meios de comunicação; não pelo aniversário da liberdade universal, mas sim porque ali se desencadeou um banho de sangue que acabou despachando o presidente Aristide. O Haití foi o primeiro país a abolir a escravatura. No entanto as enciclopédias mais difundidas e quase todos os textos escolares atribuem à Inglaterra essa honra histórica.É verdade que um belo dia o império que havia sido campeão mundial do tráfico negreiro mudou de opinião; mas a abolição britânica ocurreu em 1807, três anos depois da revolução haitiana, e foi tão pouco convincente que em 1832 a Inglaterra teve que voltar a proibir a escravatura.Nada de novo no aviltamento do Haití. Há séculos que é desprezado e castigado. Thomas Jefferson, prócer da liberdade e proprietário de escravos, advertia que do Haití vinha um mau exemplo; e dizia que era preciso "confinar a peste a essa ilha". O país ouviu-o. Os Estados Unidos demoraram sessenta anos a outorgar reconhecimento diplomático à mais livre das nações.Entretanto, no Brasil, chamava-se haitianismo à desordem e à violência. Os donos dos braços negros salvaram-se do haitianismo até 1888. Nesse ano, o Brasil aboliu a escravatura. Foi o último país do mundo. O Haití voltou a ser um país invisível, até à próxima carnificina. Enquanto esteve nas pantalhas e nas páginas, no princípio deste ano, os media transmitiram confusão e violência e confirmaram que os haitianos nasceram para fazer bem o mal e para fazer mal o bem. Desde a revolução para cá, o Haití apenas foi capaz de oferecer tragédias. Era uma colónia próspera e feliz e agora é a nação mais pobre do hemisfério ocidental.As revoluções, concluíram alguns especialistas, conduzem ao abismo. E alguns disseram, e outros sugeriram, que a tendência haitiana ao fratricídio provém da herança selvagem que vem de África. O mandato ancestral. A maldição negra, que empurra para o crime e o caos. Da maldição branca não se falou.A revolução francesa aboliu a escravidão, mas Napoleão ressuscitou-a:- Qual foi o regime mais próspero para as colónias?- O anterior- Pois então restabeleça-se.
E, para reimplantar a escravidão no Haití, enviou mais de cinquenta navios cheios de soldados. Os negros amotinados venceram a França e conquistaram a independência nacional e a libertação dos escravos.Em 1804, herdaram uma terra arrasada pelas devastadoras plantações de cana de açucar e um país queimado pela guerra feroz. E herdaram "a dívida francesa". A França cobrou caro a humilhação infligida a Napoleão Bonaparte.
Acabado de nascer, o Haití teve que comprometer-se a pagar uma indemnização gigantesca, pelo mal que fez ao libertar-se.Essa expiação do pecado da liberdade custou-lhe 150 milhões de francos ouro. O novo país nasceu estrangulado por essa corda atada ao pescoço: uma fortuna que actualmente equivaleria a 21.700 milhões de dólares ou a 44 orçamentos totais do Haití dos nossos dias.Muito mais de um século levou a pagar a dívida, que os juros da usura iam multiplicando.Em 1938 chegou, finalmente, a redenção final. Nessa altura já o Haití pertencia aos bancos dos Estados Unidos. Em troca dessa maquia a França reconheceu oficialmente a nova nação. Nenhum outro país a reconheceu.
O Haití nascera condenado à solidão. Nem sequer Simón Bolivar a reconheceu, ainda que tudo lhe devesse. Barcos, armas e soldados foram-lhe oferecidos pelo Haití em 1816, quando Bolívar chegou à ilha, derrotado, e pediu apoio e ajuda. O Haití deu-lhe tudo, com a única condição de que libertasse os escravos, uma ideia que até então não lhe tinha ocorrido. Depois, o senhor triunfou na sua guerra de independência e expressou a sua gratidão enviando a Port-au-Price uma espada de presente. De reconhecimento, nem falar. Na realidade as colónias espanholas que tinham passado a ser países independentes continuavam a ter escravos mesmo que algumas tivessem, aliás, leis que o proibiam. Bolivar ditou a sua em 1821, mas a realidade não se deu por satisfeita.
Trinta anos depois, em 1851, a Colômbia aboliu a escravatura; e a Venezuela em 1854. Em 1915, os marines desembarcaram no Haití. Ficaram dezanove anos. A primeira coisa que fizeram foi ocupar a alfândega e a repartição de cobrança de impostos. O exército de ocupação reteve o salário do presidente haitiano até este se resignar a assinar a liquidação do Banco da Nação, que se converteu em sucursal do City Bank de Nova Iorque... O presidente e todos os outros negros estavam proibidos de entrar nos hotéis, restaurantes e clubes exclusivos do poder estrangeiro. Os ocupantes não se atreveram a restabelecer a escravatura, mas impuseram o trabalho forçado nas obras públicas. E mataram muito. Não foi fácil apagar os focos de resistência. O chefe guerrilheiro, Charlemagne Péralte, cruxificado contra uma porta, foi exibido, como aviso, na praça pública.
A missão civilizadora terminou em 1934. Os ocupantes retiraram-se deixando em seu lugar uma Guarda Nacional, fabricada por eles, para exterminar qualquer possível assomo de democracia. Fizeram o mesmo na Nicarágua e na Repúlica Dominicana. Algum tempo depois Duvalier foi haitiano de Somoza e Trujillo. E assim, de ditadura em ditadura, de promessa em traição, foram-se somando as desventuras e os anos. Aristide, o padre rebelde, chegou à presidência em 1991. Durou poucos meses. O governo dos Estados Unidos ajudou a derrubá-lo, levou-o, submeteu-o a tratamento e uma vez reciclado devolveu-o, nos braços dos marines, à presidência. E de novo ajudou a derrubá-lo, neste ano de 2004, e de novo houve mortandade. E de novo voltaram os marines, que regressam sempre, como a gripe. Porém os peritos internacionais são muito mais devastadores que as tropas invasoras. País sumbetido às ordens do Banco Mundial e do Fundo Monetário, o Haití obedecia às suas ordens sem tugir. Pagaram-lhe negando-lhe o pão e o sal. Congelaram-lhe os créditos, apesar de ter desmantelado o Estado e ter liquidado todas as taxas aduaneiras e subsídios que protegiam a indústria nacional.
Os agricultores de arroz, que eram a maioria converteram-se em mendigos ou balseros. Muitos foram e continuam a ir parar ao fundo do mar das Caraíbas, porém esses náufragos não são cubanos e raras vezes aparecem nos diários. Agora o Haití importa todo o arroz dos Estados Unidos, de onde os peritos internacionais, que são gente bastante distraída, se esqueceram de proibir as taxas aduaneiras e os subsídios que protegem a produção nacional. Na fronteira onde termina a República Dominicana e começa o Haití, há um grande cartaz que avisa: O mau passo. Do outro lado está o inferno negro. Sangue e fome, miséria, peste. Nesse inferno tão temido, todos são escultores. Os haitianos têm o costume de recolher latas e ferros velhos e com antiga mestria, recortando e martelando, as suas mãos criam as maravilhas que se oferecem nos mercados populares. O Haití é um país atirado ao vasadouro, por eterno castigo da sua dignidade. Ali jaz como se fosse sucata. À espera das mãos da sua gente.
Eduardo Galeano , nasceu em Montevideu em 1940. Foi o primeiro autor homenageado com o prêmio à Liberdade Cultural, da Lannan Foundation (Novo México). É autor de De pernas pro ar, Dias e noites de amor e de guerra, Futebol ao sol e à sombra, O livro dos abraços, Memória do fogo (que engloba Os nascimentos, As caras e as máscaras e O século do vento), Mulheres, As palavras andantes, Vagamundo (todos pela L&PM Editores) e As veias abertas da América Latina (Editora Paz e Terra)..

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lídice participa como debatedora do Fórum Social

A deputada Lídice da Mata (PSB) participa no próximo dia 29, da mesa que vai debater o tema “Mulher: Crise economia e emancipação”, dentro da edição temática do Fórum Social Mundial(FSM) que acontece em Salvador, entre os dias 29 e 31 de janeiro.Durante o três dias 20 chefes de governo da América latina e África são esperados. Também está prevista a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 30.
Organizada em três dimensões – cultura, diálogos entre sociedade civil e sociedade política, e uma multidisciplinar avaliação das crises do nosso tempo –, a programação do evento é baseada em cinco eixos transversais: tolerância, pluralismo, violência e antirracismo; democracia substantiva, afirmação e empoderamento da sociedade civil; gênero e alternativas à mercantilização e homogeneização; respostas à crise; e descolonização do pensamento.
Entre as atividades programadas estão incluídas 12 mesas gerais, mesas do Grupo Crise e Oportunidade, que debaterão especificamente o tema da crise econômica, além de conferências, seminários e eventos especiais.
Temas das mesas gerais
- Testemunhos da luta indígena;
- Desaparecidos políticos;
- A esquerda hoje e a contribuição dos pensadores da América Latina e África;
- Racismo e institucionalidade;
- Etnocentrismo e eurocentrismo;
- Militarização das periferias urbanas e ameaça à democracia;
- Educação e desenvolvimento;
- Mulher, crise econômica e emancipação;
- Fobias, intolerâncias e lógica igualitária;
- Descolonização do pensamento na América Latina e África;
- Reforma agrária, agricultura familiar e soberania alimentar;
- Governança, paz mundial e solidariedade internacional.
Eventos especiais
Entre os eventos especiais destacam-se o “Diálogo e controvérsias entre governantes e movimentos sociais”; ato em homenagem aos 50 anos da Revolução Cubana; conferências e seminários com grandes nomes nacionais e internacionais; debate-show Ofício de Viver Samba, reunindo sambistas cariocas e baianos; Encontro Cine Social Mundial; duas cimeiras internacionais (sobre trânsito e vida e sobre a pessoa idosa) e, finalizando, o Simpósio Internacional das religiões de matriz africana
A organização do evento prevê também a participação de vários ministros, como Tarso Genro (Justiça), Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência da República), Carlos Luppi (Trabalho), Carlos Minc (Meio Ambiente), Paulo Vannucchi (Secretaria Especial de Direitos Humanos), Fernando Haddad (Educação), além de personalidades como o escritor Paul Singer, o ex-prefeito de Londres Ken Livingston, o sociólogo norte-americano Immanuel Wallerstein, entre outros.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Leonelli busca recursos do PROFAA para aeroportos da Bahia


Objetivando captar recursos do PROFAA - Programa Federal de Auxílio a Aeroportos – o secretário de Turismo, Domingos Leonelli esteve em Brasília, com o secretário nacional de Aviação Civil do Ministério da Defesa, brigadeiro Jorge Godinho.
Leonelli discutiu a situação de alguns equipamentos aeroviários da Bahia. Na pauta de Leonelli está incluída também a principal reivindicação dos prefeitos e empresários do Baixo Sul, que é a reativação do aeroporto de Valença. O titular da Setur aproveitou a presença do responsável pela Seinfra e disse que “o encontro contará com dois leões na defesa dos interesses da Bahia”.
Os terminais de Ilhéus e de Caravelas, ambos no Sul do Estado, também não ficaram de fora da pauta. Ainda em Brasília, Leonelli participou da solenidade de lançamento de uma linha de crédito para reforma do parque hoteleiro das cidades que serão sub-sede da Copa de 2014.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Wagner anuncia: Estaleiro terá R$ 2 bi em investimentos


As viagens a Brasília e ao interior do estado, além da geração de emprego e renda, foram os temas do programa de rádio Conversa com o Governador desta semana, produzido pela Assessoria Geral de Comunicação. Segundo o governador Jaques Wagner, a instalação de um estaleiro na região de São Roque do Paraguaçu representa um investimento de R$ 2 bilhões e vai gerar cerca de sete mil empregos ou mais. "Três empresas baianas se juntaram, é um consórcio grande, forte, poderoso. Eu estive semana passada com o ministro Carlos Minc, do Meio Ambiente, conversando sobre esse e outros temas". "Eu espero que a gente consiga concluir tudo a tempo, de tal forma que a gente possa ver renascer aqui na Bahia a nossa indústria naval”. Wagner foi a Brasília assinar, ao lado de outros governadores, os compromissos da Copa 2014. "Eu me orgulho em dizer, a Bahia é o primeiro estado que, já agora, quinta-feira (21), vai assinar o contrato. As obras, primeiro de demolição, começam no final de fevereiro. As de construção começam em junho". Visitando sete cidades do interior em uma semana, o governador começou a agenda por Itapetinga, com o programa Saúde em Movimento, que está na quarta etapa, ajudando aos idosos.O programa também inclui os que estão no Topa e têm alguma dificuldade de visão, fornecendo operação de catarata, óculos e outros tipos de cirurgia. "Confesso a minha emoção de ver pessoas de idade dizendo que estão recuperando praticamente toda a sua visão, porque só tinham 10% da capacidade visual em função de uma catarata". Ainda no sudoeste, a constatação de que foi construído o maior número de cisternas pelo Estado em Aracatu. "Aconteceu uma coisa impressionante, pessoas que tinham ido embora para São Paulo, exatamente pela dificuldade de água, agora estão retornando”. Na ocasião, Wagner autorizou a construção de mais cisternas. "O programa Água Para Todos continua a todo o vapor. Acompanhado da Deputada Lidice da Mata (PSB) (foto), o governador Jaques Wagner esteve em Alagoinhas, onde inaugurou obras e assinou ordens de serviço para recuperação de estrada e implantação de sistema de abastecimento de água.

A cidade também está sendo beneficiada com a implantação do Programa de Internação Domiciliar, que funcionará no Hospital Dantas Bião, além de novos aparelhos de raios X e ultrassonografia à unidade hospitalar. Em Brumado, inauguramos a Barragem de Cristalândia e já estamos nos preparando para sua segunda etapa”. O governador falou sobre a geração de emprego e renda. Segundo ele, foram 75 mil novos postos de trabalho de janeiro a novembro de 2009. “Para um ano de crise, um belíssimo número, de geração de novos empregos". "E eu continuo preocupado com isso, atraindo novas indústrias em todos os ramos - turismo, serviço, comércio - e fazendo esse esforço para que realmente a nossa indústria naval possa se instalar ali em São Roque do Paraguaçu". "Ela possibilitará a geração de muito emprego, de muita qualificação profissional”. A audiência pública realizada nesta segunda (18), em Maragogipe, apresentou o estudo de impacto ambiental e recebeu sugestões das comunidades locais.

(Fonte: Jornal A Região, ITABUNA)

domingo, 17 de janeiro de 2010

Lídice e PSB marcam presença na Lavagem do Bomfim

“Uma festa de fé, religiosidade e participação popular, que revela toda a criatividade da força e tradição cultural da Bahia ”. Com essas palavras a deputada Lídice da Mata definiu a caminhada da Lavagem do Bonfim que saiu da Igreja da Conceição da Praia, na Cidade Baixa, por volta das 9h, em direção a Colina Sagrada, em um percursos de onze quilômetros.
Durante toda a caminhada a deputada recebeu manifestações de carinho da população, tendo que parar diversas vezes para retribuir abraços e saudações. Ela seguiu o cortejo ao lado governador Jaques Wagner, da primeira-dama Fátima Mendonça, do presidente da Assembléia Legislativa, Marcelo Nilo, os secretários estaduais de Segurança Pública, César Nunes, do Turismo, Domingos Leonelli, e de Relações Institucionais, Rui Costa e dezenas de baianas.
O cortejo oficial chegou à Igreja do Bonfim por volta do meio-dia, onde o Padre Edson Menezes, a exemplo do no ano passado, abençoou os devotos da janela do templo. Balões brancos foram soltos no ar, em sinal de paz. As baianas realizaram a tradicional lavagem das escadarias com água de cheiro, com a qual também banharam a cabeça dos fieis e das autoridades.
A deputada Lídice da Mata, depois de ter cumprido o ritual de fé e ter a cabeça molhada com água de cheiro por várias baianas, em sinal de proteção, disse que se sentia renovada para iniciar um novo ano, que, a seu ver, com as bênçãos de Senhor do Bonfim, será promissor para todos os baianos.

“Agora é que o ano de 2010 começa para nós de verdade. Na Bahia só nasce uma nova época depois que a festa do Bonfim acontece." Lídice da Mata

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Terceiro salto reposiciona o turismo da Bahia no cenário nacional

Celsinho Cotrin*
Graças à visão da secretaria de turismo do estado da Bahia e da Bahiatursa sobre a relevância econômica do turismo , estabeleceu-se, desde o início da gestão Wagner, o diálogo com os diversos setores da sociedade, discutindo em Fórum Estadual permanente o que é melhor para o turismo no estado da Bahia.O governo se apresenta como instrumento aglutinador dos secretários municipais e gestores de turismo, donos de hotéis, pousadas, agentes e operadores de viagens, entidades civis organizadas, como a ABAV, o Convention Bureau, a ABIH, os sindicatos e associações de trabalhadores, a EMBRATUR, o Ministério do Turismo e as companhias aéreas que participam e definem os rumos deste novo processo.
O resultado dessa estratégia se revela em dados expressivos. São 247 milhões de reais captados para investimentos no setor privado, incluindo aí, 20 milhões só para fortalecer o Litoral Norte, o que representa um crescimento de 159% nos últimos três anos. A retomada de vôos da Air Europa para Madri com uma taxa de ocupação de 98%. Além disso, conquistamos mais dois vôos regulares para a Argentina e um dos melhores aproveitamentos no vôo da American Air Lines, Salvador/Miami.
Novos produtos e segmentos que o diferenciam dos demais destinos, como o primeiro Plano Nacional de Desenvolvimento do Turismo Náutico, o Eno Turismo, o Turismo Étnico-Afro, o turismo religioso, as aldeias indígenas e o roteiro integrado entre a Bahia, o Rio de Janeiro e Amazonas, reconhecidos como iniciativas de sucesso no Congresso da ABAV, posicionam, de forma inequívoca, o turismo da Bahia no cenário nacional e internacional.
Em parceria com o governo Lula, está investindo na infra-estrutura, captando recursos para a requalificação das orlas de Salvador-trecho Amaralina/Pituba, do município de Imbassaí e da Feira de São Joaquim. Com recursos internacionais, inaugura a nova estrada que liga Itacaré a Camamú. É autorizado a realizar operações noturnas no aeroporto de Ilhéus e dá início a reforma dos centros de convenções de Salvador, Porto Seguro e Ilhéus.
Através do Ministério do Turismo, passa de 500 para 5 milhões de reais por ano para a qualificação profissional e empresarial, devendo, inclusive, ganhar um centro de qualificação para área náutica e vai capacitar 1,4 mil profissionais para o turismo étnico-afro.
Investe maciçamente na promoção regional, nacional e internacional, promovendo o Vale do São Francisco com o eno-turismo, a exposição Bahia Mostra Bahia, atraindo e apoiando eventos como a Maratona de Canoagem nas águas do Velho Chico, a corrida Running da Aventura em Itaparica, o III Festival Gastronômico da Chapada e também, festivais internacionais, o Festival de Inverno de Lençóis, workshops no Rio de Janeiro e Belo Horizonte, divulgando o turismo étnico afro em Boston, Washington, Chicago e Philadelphia.
Apóia artista plástico que vai homenagear a Bahia na Europa, patrocina a regata francesa Charente-Marentine que completou o percurso na Baía de Todos os Santos. A Bahia foi a atração no XII salão imobiliário de Portugal e também, vira destaque em site americano. Tem excelentes resultados com a crescente ocupação hoteleira. Só a CVC já vendeu 300 mil pacotes para a Bahia este ano.
O nosso estado tornou-se a referência nordestina para saída e chegada de cruzeiros marítimos. Juntamente com a Secretaria de Meio Ambiente vai estimular os turistas a criarem raízes na Bahia, plantando uma árvore no Parque Metropolitano de Pituaçú, visando atrair turistas durante a Primavera.
Apresenta serviços inovadores, como o Disque Bahia Turismo, os guias e monitores do Carnaval e do São João e aperfeiçoa os serviços de atendimento ao turista e de receptivo, a fim de que estejamos estruturados para melhor atender aos visitantes e turistas. É premiada permanentemente pelo Trade Turístico, a exemplo dos troféus Catavento de Prata e também ganhou prêmio por melhor anúncio impresso do Nordeste.
Por sua belezas naturais, pelo sorriso do nosso povo, pelo Carnaval, pelo Espicha Verão, pelo São João e pelo desenvolvimento do turismo é que a Bahia se consolida como destino preferido entre os brasileiros.
Celso Zallio Coelho é diretor da Bahiatursa e Presidente do Diretório Municipal do PSB-Salvador.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Lídice vai propor seminário sobre 2 de Julho

A deputada federal Lídice da Mata (PSB) recebeu terça-feira (5), no seu escritório político em Salvador o professor e historiador Ubiratan Castro, presidente da Fundação Pedro Calmon, para um conversa sobre os projetos da FPC. Com destaque o projeto Mais Cultura, que selecionará 520 agentes culturais em todo o estado para orientar e indicar livros para a população, especialmente no interior. De acordo com o professor o objetivo é fomentar e ampliar o acesso à leitura da população da zona rural.
Lídice elogiou o conjunto de ações desenvolvidas pela Fundação que vem dando uma nova dinâmica à política de preservação da memória no estado. Ela se comprometeu a propor na Câmara dos Deputados uma exposição sobre o 25 de junho e 2 de Julho, também uma sessão solene enaltecendo a grande data do Recôncavo, culminando com seminário sobre a Independência na Bahia. “A junta provisória de Cachoeira foi o primeiro governo independente do Brasil”, justifica o historiador ao comentar a importância do 25 de Junho.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

PSB, Construindo uma nova Bahia

MPF investiga Metrô de Salvador

O MPF-SP (Ministério Público Federal em São Paulo) apresentou nova denúncia contra dois diretores da construtora Camargo Corrêa, principal investigada pela operação Castelo de Areia, da Polícia Federal. A nova acusação também implica dois executivos da Andrade Gutierrez e aponta uma formação de cartel que envolveria as principais construtoras do país. As duas empreiteiras são acusadas de fraudar o processo de licitação do metrô de Salvador. ( na foto trens e vagões fabricados na Coreia, antes do embarque para Salvador, onde já se encontram armazenados)
De acordo com a denúncia, as construtoras —que integravam o consórcio Metrosal ao lado da multinacional alemã Siemens— teriam pagado cerca de R$ 11 milhões para que o consórcio Cigla, vencedor da disputa, desistisse do pregão aberto em 1999. As obras do metrô da capital baiana começaram em 2000 e até hoje não foram concluídas.
Os procuradores também apontam a existência de um conluio entre Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Alstom e Constram. Todas eram concorrentes no processo licitatório, mas através de um acordo oculto teriam garantido sua participação na obra independentemente de quem vencesse a disputa. O esquema estaria registrado em um contrato de gaveta apreendido com Pietro Bianchi, um dos diretores da Camargo Corrêa.
O consórcio Metrosal afirmou, através de nota, que venceu a concorrência pública "respeitando as regras do edital" e acrescentou que seus advogados se manifestarão sobre o caso quando forem notificados sobre a denúncia.
Por meio de sua assessoria, a Odebrecht negou possuir participação no contrato de construção do metrô de Salvador. A empresa confirma que disputou o processo licitatório —no qual foi derrotada—, mas alega não possuir qualquer outro envolvimento com a obra.
A Procuradoria afirma ter encontrado as provas do esquema durante a operação de busca e apreensão na sede da Camargo Corrêa, ocorrida no dia 25 de março de 2009, cujo objetivo inicial era apurar suspeitas de crimes financeiros e doação ilegal a partidos políticos. Na segunda-feira (1º/6), outros três executivos da companhia foram denunciados por lavagem de dinheiro, evasão de divisas, fraude e formação de quadrilha.
Para o MPF, o acordo entre as empreiteiras representou uma flagrante violação à livre concorrência, e, portanto, à ordem econômica. “Ora, se a Camargo Corrêa já participava da licitação em consórcio com a Andrade Gutierrez e a Siemens, obviamente, não poderia participar, novamente, consorciada com as empresas perdedoras”, afirmou a procuradora da República Karen Louise Jeanette Kahn, autora da denúncia.
O TCU (Tribunal de Contas da União) já identificou indícios de superfaturamento da obra, que foi financiada com recursos do Bird (Banco Mundial) e estava orçada em US$ 150 milhões. Até o final de 2007, o banco já havia disponibilizado US$ 118 milhões, mas o restante do repasse foi suspendo em razão de supostas irregularidades na destinação dos recursos.
Denunciados
Segundo as investigações, os responsáveis pelo planejamento do esquema foram Pietro Francesco Giavina Bianchi e Saulo Thadeu Vasconcelos, então diretores da Camargo Correa, e Marcio Magalhães Pinto e Casildo Quintino. Eles foram denunciados pelos crimes de formação de quadrilha, fraudes à licitação e crime contra a ordem econômica (formação de cartel).
O acordo fraudulento para retirar a primeira colocada no pregão, teria sido feito por Pietro e Saulo com a Impregilo, empresa italiana que integrava o consórcio vencedor. A fraude teria consistido na compra forjada de caminhões da Impregilo, pelo valor total de R$ 10.531.578,55. Entretanto, os veículos nunca teriam sido transferidos para a Camargo Corrêa, passando, de acordo com informações do Detran, para a posse de particulares. O consórcio Cigla, que garantiu a vitória na licitação por meio de uma liminar na Justiça, assinou o contrato de venda dos caminhões à Camargo Correa no mesmo dia em que desistiu da ação judicial. Desta forma, o consórcio Metrosal assumiu o primeiro lugar, e assegurou a atuação das demais empreiteiras parceiras do consórcio oculto.

Notícia veiculda no site Última Instância - WWW.ULTIMAINSTANCIA.UOL.COM.BR

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Eduardo Campos, presidente Nacional do PSB: "Meu partido tem um candidato que é o companheiro Ciro Gomes

O governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidente nacional do Partido Socialista Brasileiro - PSB, chega ao fim de 2009 no melhor dos mundos. Sua aprovação ultrapassa a barreira dos 80%, o estado cresce acima dos 3%, os investimentos chegam a R$ 1,8 bilhão — o triplo de 2006. Para completar, há uma série de obras para mostrar no ano que vem, quando será candidato à reeleição.
Do alto de quem comanda o PSB, ele avalia que a saída do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), da disputa presidencial dará a Ciro Gomes (PSB) e à ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff (PT), a chance de ampliar seus palanques. Campos não cita Ciro como vice de Dilma e insiste que o caminho do PSB em 2010 será traçado em março “junto com o presidente Lula”. Mas não deixa de provocar o PMDB, ao avisar que não pretende opinar sobre o candidato a vice da chapa da petista: “Eles (os peemedebistas) estão lá numa aliança, e nossa aliança é com Lula. Não é com o PMDB, mas com o presidente Lula e com o PT. A relação do PT com o PMDB é um problema que cabe a eles. Todo mundo sabe que o PMDB é um partido que congrega uma federação de partidos na verdade. Tem uma geografia interna conhecida”, diz.
A seguir, os principais trechos da entrevista concedida aos Diários Associados, no Palácio das Princesas, sede do governo, em Recife.
Com o vento a favor Governador de Pernambuco aproveita a boa maré que vive no estado — política e economicamente — para insistir na tese de que a candidatura de Ciro é tão viável quanto a de Dilma e, de quebra, provocar o PMDB
Correio Braziliense: Como o senhor avalia o ano de 2009, considerado complexo para administração pública, em razão da crise econômica?
Eduardo Campos: O ano de 2009 foi extremamente desafiador para o mundo inteiro. Uma tremenda de uma crise econômica afetou o Brasil e as finanças públicas dos estados. E, depois, os remédios para sair da crise tiraram receitas dos estados, sobretudo dos que dependem mais da transferência da União. Mas nós estamos terminando bem. O Brasil claramente está saindo da crise. Aqui em Pernambuco nós conseguimos manter todos os investimentos.
CB: E não cortaram nada?
EC: Nós acrescentamos.
CB:Qual foi a mágica?
EC: A mágica foi gestão. Por ter começado em 2007, a estruturação de um modelo de gestão propiciou passar 2009 assim. Pernambuco teve muitos anos de desequilíbrio nas contas até 2006. Apresentamos um balanço de desequilíbrio consignado, a preço de hoje, de quase R$ 100 milhões. E tratamos em 2007 de equilibrar as contas, desenhar um planejamento em cima do programa de governo discutido com a sociedade e implantamos um modelo de gestão com 10 objetivos estratégicos. Entre eles o do equilíbrio fiscal. E fizemos um 2008 extraordinário do ponto de vista das finanças, onde conseguimos investir muito, mas também conseguimos fazer uma poupança, em maio, uma vez que a gente já previa os efeitos da crise. Isso permitiu que a gente entrasse em 2009 investindo no contra fluxo. Se você pegar o resultado do PIB em Pernambuco, são resultados extraordinários se comparados com o que está ocorrendo aí fora. Dentro do programa de gestão, ocorreu algum gargalo que pode ser melhorado em 2010. O que precisamos melhorar para 2010 é a arrecadação. E temos que fazer isso de maneira inteligente, sem aumentar tributos. Nos últimos anos, em Pernambuco, todos os governos — no que fui governo e no que fui oposição — aumentaram impostos. O nosso, em três anos, está só diminuindo. Acho que é preciso perceber que em 2010 nós vamos ter um país crescendo de maneira acelerada, com muitas obras. Nunca Pernambuco viu tanta obra sendo feita. É um momento mágico de Pernambuco.
CB: O fato de o presidente Lula ser de Pernambuco ajudou a consolidar esse quadro?
EC: Com certeza não atrapalha. Acho que não tem tempo bom para quem não sabe para onde quer ir. Na vida, muitas vezes você quer ajudar uma pessoa, mas não consegue porque ela não se deixa ajudar. O presidente Lula quer ajudar o Brasil, os estados, o Nordeste, em particular, o seu estado, que sempre teve o seu apoio, mas nós também ajudamos ele a ajudar Pernambuco. Fazendo parcerias corretas, no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Cuidamos de fazer os projetos, de ter disciplina nos prazos acertados. Isso efetivamente tem ajudado. Também tem uma coisa: a parceria é importante que se faça, mas é importante que se registre. Eu, aqui no estado, faço parceria com todos os prefeitos, seja de que partido for. Não existe esse processo da velha política da discriminação.
CB: Em um caderno de O Estado de São Paulo, recentemente, o senhor apareceu como uma espécie de porta voz do Nordeste. Isso já é uma plataforma para ser vice de Dilma ou para uma candidatura presidencial?
EC: De forma nenhuma. Primeiro, não sou porta voz de ninguém. Falo por mim. Na verdade, tenho participado ultimamente de muito debate para explicar o que está acontecendo no Nordeste. Penso como o mundo está para o Brasil nesse pós-crise. O Brasil sai dela mais fortalecido. Existe um olhar com muito mais atenção, menos caricato. Lá fora, está se conhecendo o Brasil como um lugar de um povo trabalhador, de um sistema de tecnologia ficando maduro. Essa mesma atenção que tem lá fora sobre o Brasil, dentro do país, tem sobre o Nordeste. O Nordeste que parecia ser um peso para o país, hoje é parte da solução do Brasil.
CB: O senhor não respondeu qual será seu plano de voo para 2010…
EC: Meu plano de voo para 2010 é em Pernambuco. Meu partido tem um candidato que é o companheiro Ciro Gomes. E nós estamos dentro do governo Lula e conversamos com o presidente para que possamos juntos encontrar a melhor estratégia para vencer as eleições de 2010. Na nossa opinião, e nós deixamos claro para o presidente, seria melhor se tivéssemos duas candidaturas. Até agora, as pesquisas e as tendências estão nesse estágio
CB: Não passa para o eleitor que o PSB está numa posição dúbia quando, na condição de aliado de Lula, apresenta outro candidato para concorrer à Presidência?
EC: Não tem dubiedade nenhuma. Isso foi acordado e conversado com o presidente. Em Pernambuco, por exemplo, nós convivemos com uma eleição (de 2006) em que o presidente Lula teve duas candidaturas de companheiros dele. Fizemos vários atos juntos e hoje estamos governando juntos.
CB: A candidatura de Ciro não gera um problema até aqui em Pernambuco?
EC: Pode vir o PT e dizer que quer um palanque só para Dilma?
CB: Tem ainda o Rio Grande do Norte e o Ceará. Isso não pode dar confusão?
EC: Não, de forma nenhuma. O PSB é governo no Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco. Nos três estados, na eleição passada, apoiamos para a prefeitura da capital companheiros do PT. Temos cinco governos do PT do qual o PSB participa. Num deles, inclusive, passaremos a governar, caso o governador Wellington (Dias, do Piauí) se desincompatibilize para disputar o Senado, que é a maior possibilidade. Temos aliança com o PT que não é eleitoral, é política. Com as nossas diferenças, mas sobretudo com a grande unidade de ajudar o presidente Lula a fazer mudanças no governo, como ele tem demonstrado. Temos uma visão sobre o processo de 2010 que foi colocada na mesa com o presidente Lula diversas vezes e na última reunião estávamos eu, Ciro, Lula, a ministra Dilma, o presidente do PT (Ricardo Berzoini). Conversamos de forma muito clara. Entendemos que o projeto iniciado pelo presidente Lula deve continuar e ser aprofundado. Essas mudanças precisam ser consolidadas. Entendemos naquele aquele momento, de levantamento inclusive de pesquisas que foram feitas, que a melhor tática seria o lançamento de duas candidaturas. O que ficou combinado é que iríamos prosseguir no debate até março, porque para uma candidatura à Presidência da República, temos um grande nome que é sério, honrado, competente, não temos é um partido com musculatura para sozinho segurar a campanha. As alianças regionais são feitas regionalmente. Elas não serão desfeitas por questões nacionais. Onde tem problema do PSB com o PT vai ter uma ou duas candidaturas.
CB: Ainda não está provado que uma só candidatura presidencial resolve?
EC: Não está. Pelo contrário, na hora em que Ciro foi recolocado na condição de candidato, você viu que o campo da oposição foi diminuindo e o campo de sustentação do governo Lula foi aumentando. Isso é um fato.
CB: E o governador de Minas, Aécio Neves? Como o senhor avalia a saída de Aécio da disputa presidencial?
EC: Como um fato determinado pelas circunstâncias políticas. Aécio desistiu porque foi o que lhe restou fazer. Ele foi levado a isso pelo processo. Como ele era um candidato mais amplo, que alargava mais a base da oposição, sua saída da disputa favorece as candidaturas do campo governista.
CB: Qual o impacto para a candidatura de Ciro? Ele pode ser vice de Dilma?
EC:Como Aécio era um candidato que ampliava mais, sua saída obviamente amplia os espaços tanto para Ciro quanto para Dilma. Mas não define nada. A definição sobre a candidatura do companheiro Ciro Gomes será tomada com o presidente Lula, lá para março do ano que vem.
CB: O debate sobre a sucessão presidencial começou aqui em Pernambuco?
EC: De fato, o calendário nacional foi aberto antes. Quem comanda a sucessão nacional é o presidente da República. Ele abriu o debate sucessório e aí todo mundo foi se posicionar. Aqui nós entendemos o contrário. Não estamos abrindo o debate sucessório. Ele será aberto mais adiante. É óbvio que quando formos decidir a chapa em Pernambuco, o presidente será ouvido. Afinal de contas, ele é pernambucano.
CB: O presidente não só abriu o debate sucessório, como pediu uma lista tríplice ao PMDB. Isso deixou os peemedebistas irritados. O senhor acha que essa aliança com o PMDB é para valer, será possível? OPMDB indicará o vice?
EC: Aí é uma coisa da relação do PT com o PMDB.
CB: Mas o PSB não será chamado a opinar já que faz parte dessa ampla aliança?EC: Não. Eles estão lá numa aliança e nossa aliança é com Lula. Não é com o PMDB, mas com o presidente Lula e com o PT. A relação do PT com o PMDB é um problema que cabe a eles. Todo mundo sabe que o PMDB é um partido que congrega uma federação de partidos na verdade. Tem uma geografia interna conhecida.
CB: A ministra Dilma já disse em conversas reservadas que o senhor seria o vice dos sonhos, em vez do PMDB…
EC: Nossa decisão, eu já disse isso, é de que em 2010 estarei em Pernambuco para o nosso debate em Pernambuco. Não tem como ser diferente.
CB: Mas o senhor tem pretensões de chegar a uma candidatura presidencial?
EC: Minha pretensão, por enquanto, é de terminar 2009. Cada coisa a seu tempo. Agora, é tempo de fechar o ano de 2009. Há um ditado popular no Nordeste e em Pernambuco que eu costumo usar sempre: não vamos colocar o carro diante dos bois. Vamos discutir a eleição de 2010 no tempo certo, sem açodamento.
CB: O pré-sal ficou para o ano que vem. O senhor foi um dos precursores dessa ideia de distribuir os recursos das áreas já concedidas. O senhor vai voltar a Brasília em fevereiro para aprovar uma emenda que permita distribuir ainda mais os recursos das áreas já licitadas? Afinal, está satisfeito com o relatório?
EC: Isso é um processo. O que vivemos na Câmara foi extremamente positivo e vamos viver no Senado também. O pré-sal é uma coisa boa. Não podemos fazer do pré-sal uma coisa ruim. É uma descoberta, uma riqueza. Precisa ser bem aproveitada pelo país. Um país que ganha o relevo que o Brasil está ganhando não pode conviver com tantos desequilíbrios. Tem que cuidar do desequilíbrio social e do regional. Não podemos fazer do pré-sal um elemento para reforçar o desequilíbrio.
CB: Como?
EC: Queremos corrigir um erro da Lei do Petróleo que, quando tratou da partilha (dos royalties), excluiu 24 estados e quase cinco mil municípios. Não estamos fazendo um debate do velho regionalismo. Queremos ter uma visão nacional. O petróleo é do país. Qual é a diferença de cidadania e de direitos de um pernambucano e de um carioca? Todos nós somos brasileiros, precisamos ter educação, empregabilidade, saúde pública, ciência e tecnologia. A nossa proposta é de consenso e de razoabilidade. Não é de confrontação. Por isso estamos ganhando. Ganhamos na opinião pública e vamos ganhar no Congresso.
CB: Isso não pode influenciar 2010? O governador Sérgio Cabral considera que o Rio de Janeiro está sendo roubado, já começa a olhar meio desconfiado para a aliança com a ministra Dilma, o presidente Lula não pode lhe chamar e dizer “Ô, governador, deixe de criar problema para aprovar o pré-sal…”?
EC: Essa não é uma questão para ser tratada de forma partidária, eleitoral. É uma questão nacional, um tema importante, federativo, que reúne pessoas dos mais diversos partidos. Aqui mesmo, em Pernambuco, reunimos toda a bancada, governo e oposição, numa ação suprapartidária.