segunda-feira, 31 de maio de 2010

Homenagem a Milton Santos

Lidice da Mata**
A Câmara prestou homenagem ao geógrafo e professor Milton Santos, um dos mais brilhantes e respeitados intelectuais do nosso tempo, que faleceu há nove anos, deixando uma imensa lacuna, mas também nos legando uma obra incomparável que hoje é referência em todo o mundo. Não é nenhum exagero dizer que Milton Santos fundou uma nova Geografia, reescreveu os fundamentos desta disciplina, nos ensinando uma nova forma de olhar e compreender o mundo.
Negro, nascido em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, nunca se deixou abater pelo racismo, pelo preconceito social e nem pelas imensas dificuldades que enfrentou ao longo dos seus 75 anos de vida. Milton Santos foi um vencedor, um mensageiro da esperança, um guerreiro da palavra que, sempre com um sorriso amável, nunca parou de lutar e nos legou um arsenal de ideias sobre a problemática do mundo globalizado e as possibilidades de construirmos um futuro melhor para todos.
Nada mais apropriado para homenagear esse brasileiro de espírito crítico e inovador do que discutir a sua obra, debater e divulgar as suas ideias. Por isso, a Comissão de Educação e Cultura, da qual eu faço parte, promoveu este mês, em que se comemora o Dia do Geógrafo, um seminário que contou com a participação de muitos parlamentares e representantes do meio acadêmico.
Neste momento, em que vivemos a mais grave crise do capitalismo no mundo, considero necessária e oportuna uma reflexão sobre o pensamento de Milton Santos. Ele nos inspira novos caminhos, nos aponta o rumo de uma outra globalização, em que o desenvolvimento seja voltado para o homem e não apenas para o benefício das corporações nacionais e transnacionais.
Brasileiro, apaixonado por sua terra, Milton Santos é um pensador universal. E nesse aspecNegritoto, devemos destacar que não foi por acaso que, em 1994, ele recebeu o Prêmio Vautrim Lud, considerado o Nobel da Geografia. Sem dúvida o coroamento de uma trajetória que começou na Bahia, onde, além de professor, foi jornalista e um intelectual engajado, um combatente das causas políticas e sociais.
*Na foto de Osvaldo Campos, Lídice e Fernando Coceição, que escreve a biografia de Milton Santos
** Economista, é Deputada Federal e candidata ao Senado pelo PSB-BA

domingo, 30 de maio de 2010

LÍDICE CONSIDERA “ATITUDE MESQUINHA” DA OPOSIÇÃO

A deputada Lídice da Mata (PSB-BA) classificou como uma atitude mesquinha a exploração política que alguns candidatos, inclusive, ex-dirigentes que ainda tem muito a prestar conta dos anos que passaram governando a Bahia, transformando uma fatalidade que foi o assassinato do delegado Clayton Leão, em motivo de exploração política eleitoreira, sem se incomodar com dor e o sofrimento dos familiares.
A questão da violência, conforme argumentou a deputada é um problema grave que tem aumentado no país e que na Bahia tem merecido do governador Jaques Wagner toda atenção, ao contrário dos governos passados, que negligenciaram deixando a polícia praticamente sucateada.
De acordo com a deputada, Wagner tem investido em segurança, não apenas aumentando o contingente policial e armando melhor os policiais, mas em inteligência, prova disso foi a rapidez e eficiência com que os assassinos foram presos. “Entre 2007 e 2009, os recursos aplicados no setor aumentaram em 20%, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 1,9 bilhão.”
Nessa ação de melhorar a segurança, a deputada lembrou que Polícia Civil recebeu 535 pistolas calibre 40, 70 escopetas calibre 12, 7,5 mil munições para calibre 12, 83 mil munições para calibre 40 e 1,5 mil coletes balísticos. “De 2007 a 2009, foram adquiridos outros 5.284 coletes balísticos e 1.205 armamentos, entre pistolas, metralhadoras e fuzis.”
Para o aumento do efetivo da Polícia Militar, foram incorporados 3.325 novos soldados. Mais 2.121, convocados em dezembro de 2009, estão no Curso de Formação de Soldado da PM. Na Polícia Civil, foram nomeados 44 delegados, 147 investigadores (agentes) e 111 escrivães, que estão trabalhando em diversos municípios do interior.
Desde o início dessa gestão, conforme observou a deputada 1,8 mil veículos foram adquiridos, entre carros, carrinhos elétricos, caminhões de combate a incêndio, caminhonetes, veículos de transporte de cadáveres e motos, para utilização no policiamento ostensivo, investigação, perícia e defesa civil e mais 326 motocicletas, além de mais um helicóptero para ajudar na segurança. Números que por si só desmontam os argumentos das oposições e mostram que o tema segurança, está na ordem do dia das preocupação do governo”, enfatizou .

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Lídice participa do 1º Encontro Internacional de Mulheres Socialistas

Ao participar do painel “ Estratégia para eleição das Mulheres em 2010”, dentro do 1º Encontro Internacional de Mulheres Socialistas, realizado em Brasília, a deputada Lídice da Mata (PSB/BA), disse que a adoção de política de cotas para aumentar o número de mulheres nos parlamentos é uma polêmica porque por si só não resolve o problema.
Lídice argumentou que é necessário estudar um sistema eleitoral para acrescentar mecanismo de controle que permitam a presença de mais mulheres no parlamento. “No Brasil, a política de cotas sem, até então, nenhum mecanismo de sanção para o descumprimento, não nos levou a um crescimento significativo. Somos 51,53% de eleitores e não conseguimos passar de 9,8% na Câmara e 12% no Senado”, acrescentou.
De acordo com dados apresentados pela deputada, as mulheres somam no mundo 16,8% em média nas Câmaras de Deputados, Senados ou similares. O Brasil é o 102º no ranking internacional e o último lugar na América do Sul. Na América Latina, o país está na frente apenas da Guatemala e do Haiti.
Para a deputada mudanças na lei eleitoral devem ajudar bastante a modificar esse quadro. Lembrou que em 2002 não houve no Brasil nenhuma candidata mulher à presidência. Em 2006, em um total de sete candidatos duas mulheres mas com pequena expressão eleitoral. Em 2010 concorrem duas mulheres com forte expressão eleitoral, o que, segundo ela, se bem explorado pode alavancar as candidaturas femininas em todo o país.

Capitão Tadeu premiado como melhor do ano

O Deputado Estadual Capitão Tadeu Fernandes (PSB), foi indicado pela terceira vez consecutiva a receber o Prêmio Melhores do Ano no Serviço Público 2009 (PREMMASP).
O prêmio indicado ao parlamentar é um reconhecimento aos gestores e servidores públicos que desenvolveram um serviço público de excelência em 2009.
Comentário e agradecimento do Deputado:
" Companheiros,
Pelo 3º ano consecutivo sou indicado ao Prêmio Melhores do Ano no Serviço Público (PREMMASP). Tendo tido a honra de ter sido agraciado em todas as edições.
Ao mesmo tempo em que compartilho mais essa alegria / conquista do nosso mandato convido você para se fazer presente à festa que revelará os vencedores do ano 2009.
Volto a dizer: estou deputado, porque os policiais (servidores públicos, seus familiares e amigos) assim desejam, por isso, qualquer vitória, troféu e/ou felicitação deve ser destinado aos homens e mulheres que me honraram com a sua confiança."

domingo, 23 de maio de 2010

Eduardo Campos defende igualdade de gênero às mulheres

“É uma enorme satisfação ver a Secretaria Nacional de Mulheres do PSB completar 10 anos com acúmulo de resultados. As socialistas sabem da importância de termos na sociedade uma organização que dialogue com o povo para vencer todo o ciclo machista da sua história. Os preconceitos estão impregnados nas nossas organizações, partidos, máquina pública, organizações sindicais, de bairro e em todas as formas que a sociedade foi encontrando ao longo desses anos”.
A afirmação é do presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presente no segundo dia do encontro internacional de mulheres socialistas. Em seu discurso, Eduardo Campos, disse sentir-se orgulhoso de presidir um partido em que a secretaria de mulheres trabalha em prol das causas femininas tanto do Brasil quanto do resto da América latina. “No ano de 2009 vivemos a crise do neoliberalismo. Temos que ter a militância da organização das mulheres do PSB unidas e debatendo estratégias de luta. Quando a crise se abate, as primeiras vítimas são a parcela mais vulnerável da população, jovens, negros, mulheres e índios”, observou.
Eduardo Campos disse também, que as mulheres sofrem com o profundo desequilíbrio no mercado de trabalho. “As remunerações no Brasil para as mulheres que exercem o mesmo tipo de trabalho que os homens chegam a ser 30 % menor. Portanto, essa é uma questão que deve pautar o debate na construção de nossos programas de governo”, explicou. “Nós realizamos em Pernambuco uma política efetivamente de gênero que é coerente com tudo que o nosso partido ao longo da sua história defendeu. Nós ouvimos todo movimento social ligado às lutas das mulheres. É preciso ter a coragem de ousar e romper as velhas estruturas, de não calar diante de muitos”, enfatizou Eduardo Campos. Para o presidente socialista devemos ter políticas públicas estruturadas que preserve a segurança e a integridade da cidadania das mulheres.
Eleições 2010
“Eu quero dizer à Secretaria Nacional das Mulheres do PSB que vamos sair dessa eleição de 2010 fortalecidos. O PSB vai ganhar muitos governos em todo o País. Vamos ampliar nossa bancada no Congresso. Vamos chamar todos os nossos companheiros e companheiras para abraçarmos as bandeiras que aqui estão sendo discutidas, porque desta forma construiremos uma sociedade com mais equilíbrio. Precisamos garantir às novas gerações um país mais fraterno e respeitoso para as mulheres, homens, crianças, idosos. O Brasil merece” concluiu o governador Eduardo Campos.
Homenagem
Durante a abertura do segundo dia do encontro, o presidente Nacional do PSB e governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi homenageado pelas mulheres socialistas. Estavam presentes no evento as socialistas da Bolívia, Leonida Zurita; da Argentina, Estela Molero; do Uruguai, Carmen Millan; do Chile, Mariana Espinoza; do Equador, Ruth Gallegos e da China, Chen Xiaoling.
*Priscila Rocha - Assessoria de Comunicação do PSB

sexta-feira, 21 de maio de 2010

PSB lança Skaf em SP, critica polarização PSDB-PT e tenta aproximar discurso dos mais pobres

Presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) desde 2004, o empresário Paulo Skaf lançou nesta sexta-feira (21) sua pré-candidatura ao governo do Estado paulista pelo PSB (Partido Socialista Brasileiro).
O evento do lançamento começou com mais de uma hora de atraso, na Assembleia Legislativa de São Paulo, na zona sul da capital.
Skaf tentou aproximar seu discurso das camadas mais pobres da população. "Todos nós queremos que esse Estado rico, que é São Paulo, seja uma referência para o mundo mas não só no comércio e na indústria, mas sim no respeito às pessoas", disse. Ele propôs a criação de "governadorias e conselhos com autonomia progressiva" para descentralizar o poder no Estado.
"São Paulo é o núcleo da ideia de termos apenas dois partidos no País", disse o presidente estadual da sigla, deputado Márcio França, em referência indireta à hegemonia política de PT e PSDB. "Nós respeitamos todas as outras forças, mas aqui, no ninho da serpente, teremos candidatura própria", disse. Com sua pré-candidatura, Skaf embrulha o xadrez político do PT, que pretendia lançar o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) como candidato único do campo de esquerda na disputa pelo Palácio dos Bandeirantes.
Ao lado de Skaf, estavam, além de França, o presidente nacional do PSB, governador Eduardo Campos (PE), o senador Renato Casagrande (PSB-ES), dirigentes regionais, prefeitos da sigla e o publicitário Duda Mendonça, criador do slogan "Preste atenção nesse cara". O ex-jogador Marcelinho Carioca marcou presença como pré-candidato à deputado federal.
"O que acontece em São Paulo repercute no Brasil todo", disse Casagrande. "Essa decisão vai mostrar que há outra alternativa para esse Estado", afirmou. "Ao longo desses últimos 20 anos não se conseguiu resolver os problemas estruturantes", disse Ricardo Coutinho, pré-candidato do PSB ao governo da Paraíba. "Há 20 anos a mesma força política governa esse Estado", criticou, sem mencionar o PSDB.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Lídice em Conquista para o lançamento de Joaz Meira e Elve Pontes


A deputada federal e presidente do PSB na Bahia, Lídice da Mata, esteve em Vitória da Conquista para lançar as candidaturas dos conquistenses Joaz Meira e Elve Pontes para deputado estadual e federal, respectivamente. Na noite da última segunda-feira (17) foi realizado um evento na câmara de vereadores e na manhã de hoje (terça-feira) a ex-prefeita de Salvador participou de uma reunião interna com lideranças do partido no Hotel Shalako.
Em entrevista a repórter da Resenha Geral, Mônica Cajaíba, Lídice, que é pré-candidata ao Senado, disse que a Bahia vive um momento singular na política. “Pela primeira vez teremos três fortes candidatos ao governo do estado”. Ela também revela que fica feliz em ter seu nome lembrado por partidos aliados para uma candidatura ao senado. “Vamos continuar nessa luta para buscar uma melhor qualidade de vida a população”.
O médico e pré-candidato a uma vaga na Assembléia Legislativa, Joaz Meira, disse que seu nome está a disposição para representar Conquista e trazer benefícios a comunidade. O também médico Elve Pontes, pré-candidato a deputado federal, não escondeu a alegria pelo momento. “Acreditamos na representação regional. Prova disso são estas duas pré-candidaturas que o PSB está realizando em Conquista”.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Wagner: " Lídice será a primeira Senadora da Bahia"

Saudando a mesa e a futura presidente da República, Wagner afirma: "Lídice da Mata do PSB, será a primeira Senadora da Bahia."

terça-feira, 11 de maio de 2010

O PT VENCEU. VIVA CIRO GOMES!

Gildelson Felício de Jesus*
Diante da discussão acerca da candidatura do PSB à presidência da República, representada pelo Deputado CIRO GOMES, e consequente polêmica na imprensa nacional, entendo ser meu dever de militante socialista, com 21 anos de participação em diversas instâncias partidárias, preocupado com o crescimento e construção de uma identidade nacional partidária sem equívocos, fazer algumas inferências com base na história recente do PSB.
Entre 1985 e 1989, em sua refundação, o PSB era um partido pequeno, dirigido e influenciado principalmente por intelectuais e políticos do Rio de Janeiro, a exemplo dos saudosos Antônio Houaiss e Jamil Haddad.
Nos anos 90, o PSB passou a crescer no nordeste, com a filiação do governador Miguel Arraes, eleito o Deputado Federal mais votado do País, uma das mais importantes personalidades da política brasileira. Lembro-me de que, no IV Congresso Nacional do PSB, em 1992, eu estava presidindo o Congresso da JSB-Juventude Socialista Brasileira, na condição de seu Coordenador Geral e, naquele momento, havia uma disputa entre dois grupos: de um lado, os liderados por Arraes e, do outro, os históricos do partido, aliados de Roberto Amaral e Jamil Haddad. Naquela época, demos oportunidade aos dois , Arraes e Amaral, de defenderem as suas teses e convencerem os jovens delegados do PSB a se posicionarem por uma ou outra posição.
Em 2002, o PSB se apresentou nas eleições presidenciais com a complexa candidatura de Garotinho, que serviu para ampliar a bancada de deputados federais e superar a cláusula de barreiras, mas não consolidou um nome para o futuro, dado à visão messiânica e personalista do candidato.
No momento atual, a questão em pauta são as eleições de 2010. Considerando a Reunião da Executiva Nacional, marcada para o próximo dia 27 para decidir o destino da candidatura própria do partido e, em se ratificando o que toda a imprensa tem noticiado antecipadamente, estaremos confirmando que a direção nacional do PSB tem transformado a nossa agremiação em um simulacro de partido, acompanhando cegamente uma decisão do presidente Lula em reduzir as eleições presidenciais a um plebiscito (a favor ou contra). Essa decisão forçada e operada pelo PT nos remete a tempos sombrios da Ditadura Militar, quando foi instituído o bipartidarismo(ARENAxMDB).
A eleição em dois turnos, principalmente as presidenciais, é de grande valia, no 1º turno, para que os partidos apresentem as suas teses e projetos na busca de consolidar e atrair uma parcela da sociedade para suas trincheiras e, no 2º turno, para compormos e fazermos avançar a democracia e os interesses nacionais.
No caso em tela, a candidatura de Ciro Gomes se justifica porque, além do deputado ter preparo para defender as idéias que os socialistas almejam, alavancaria a eleição dos deputados federais diferente do que tem sido posto através da “chantagem” do PT, do não apoio a eventuais candidatos a governador e a senador nos diversos estados onde o PSB tem nomes fortes. Ao contrário de atrapalhar, a candidatura Ciro fortaleceria as nossas lideranças regionais, observando que:
1. O PT somente apoiará o PSB para os Governos Estaduais, onde nossas lideranças são comprovadamente mais fortes e onde o PT não tem viabilidade eleitoral;
2. As vagas de Senador somente terão apoio do PT quando nossos nomes agregarem valor à chapa majoritária nos estados, pois o PT não tem vocação para fazer caridade aos aliados e, dessa forma, nossas vagas serão conquistadas pela representatividade política das nossas lideranças regionais;
3. A eleição proporcional (Deputado Federal e Estadual), em todo e qualquer estado, não foge a regra : “cada um por si e Deus por todos”. Entretanto, em se tratando de um candidato a presidente que tem o potencial de atingir 15% do eleitorado, não se pode desprezar o voto de legenda e a marca partidária;
4. Visível por todas as pesquisas, Ciro seria o “fiel da balança” num eventual 2º turno. Por isso mesmo, o PT trataria nossas lideranças regionais com mais respeito e cuidado, para obter o apoio necessário no segundo momento;
5. A retira da candidatura de Ciro, inevitavelmente, levaria parte da militância socialista a votar na candidata do PV – Marina Silva em protesto à arrogância petista e à falta de debate aprofundado.
Ademais, sabemos do “risco Serra”, afinal todas as pesquisas têm apontado uma possível vitória do PSDB/DEM. Essa possibilidade de retrocesso para o Brasil passa a ser uma responsabilidade não só do presidente Lula (idealizador da tese) e da Direção do PT, mas também compartilhada pela Direção Nacional do PSB, caso, equivocadamente, ceda às pressões do PT e inviabilize a candidatura de Ciro à presidência.
Fazendo uma leitura modesta e extremamente pragmática do cenário político atual, inferimos que uma eventual derrota de Ciro no 1º turno poderá implicar a vitória de Dilma Russef (PT) no 2º turno. Mas impedir que Ciro entre no “jogo”, poderá acarretar um prejuízo maior já no 1º turno com a eleição de Serra.
Será que todas as pesquisas e opiniões da quase totalidade dos analistas/cientistas políticos estão equivocadas e apenas a direção do PT tem razão?
Mesmo sendo o PT um partido de origem sindical, formado por grandes intelectuais e apoiado pela base da Igreja Católica, com várias tendências de esquerda, a chegada ao poder central do país acrescida ao extraordinário desempenho do presidente Lula, fez com que o PT recuasse nas reformas e transformações que o Estado Brasileiro necessita, não obstante os avanços sociais até aqui implementados. A auto-suficiência e erros das principais lideranças do PT ( José Dirceu, Genuíno, Palocci, Delúbio, etc) quase colocam na “lata do lixo” o projeto em curso. O episódio do mensalão e outros feriram mortalmente a ética e a decência na política, forçando o PT a buscar uma política de alianças nas quais prevaleceu a valorização de partidos e lideranças de centro e conservadores. Em contrapartida, o PSB recebeu o Ministério de menor visibilidade e fraca representação política. Afinal, qual o papel do PSB no governo Lula? Qual o papel do PSB no futuro da política brasileira ?
É verdade que Ciro não impulsionou sua pré-candidatura na base partidária, circulou pouco nos estados e nas grandes cidades brasileiras esperando o comando partidário, mas, por sua vez, a Direção Nacional do PSB não construiu a candidatura de Ciro e foi omissa aguardando uma autorização do presidente Lula. Certamente, nesse momento, a direção vai preterir a nossa militância partidária de tomar essa decisão, contrariando o que determina o nosso Estatuto e Regimento Interno que indica a consulta aos militantes em um Congresso Nacional para a escolha de candidato à Presidência da República e definição de coligações.
Assim, perguntamos: Qual o Diretório Estadual se reuniu para consultar a sua base na perspectiva de emitir uma opinião sobre a questão Ciro ?
Se as cartas já estão marcadas, conforme noticia a grande mídia, fica aqui nossa reflexão registrada, para que amanhã dirigentes do PSB e do PT digam que não foram avisados do “risco Serra”. Se o PT venceu o PSB sem disputar, viva Ciro Gomes por nos permitir pelo menos o debate preliminar.
Ao companheiro Eduardo Campos, pelo destacado desempenho a frente do Governo de Pernambuco, temos certeza da sua reeleição com ou sem o apoio do PT, mas, quanto a sua articulação e comando do PSB Nacional, estamos perplexos em relação ao futuro partidário. Esperamos, sinceramente, que os ensinamentos do velho e guerreiro Arraes inspirem e sensibilizem o nosso presidente e demais membros da Executiva Nacional a conduzir o partido numa posição de unidade e levantar a auto estima dos nossos filiados como co-autores do processo democrático.
- Pela imediata convocação de um Congresso Nacional do PSB.
- Viva o PSB! Viva a Democracia Participativa!
*
Gildeson Felício de Jesus é Presidente do PSB de Vitória da Conquista-BA, Professor de Lógica e História da Matemática da UNEB-Universidade do Estado da Bahia, atual Secretário Municipal de Cultura de Vitória da Conquista. Foi Coordenador Geral do Fórum de Dirigentes Municipais de Cultura do Estado da Bahia, foi o primeiro Coordenador Nacional da JSB, eleito em Congresso de 1989 e reeleito até 1992, ano em que foi Diretor de Cultura da UNE e Membro do Diretório Nacional do PSB.

domingo, 9 de maio de 2010

Lídice confiante na eleição para o Senado - “Faz parte da tradição, os senadores eleitos serem da chapa do novo governador.

A deputada federal Lídice da Mata (PSB), pré-candidata ao senado na chapa do governador Jaques Wagner (PT), amenizou as reclamações de partidos da base quanto à possibilidade de haver duas candidaturas de esquerda ao senado (a segunda seria do deputado Walter Pinheiro, do PT), o que eleitoralmente poderia representar a derrota de um dos candidatos.
Em entrevista ao programa Bahia Notícias no Ar, da Tudo FM 102,5, comandado por Daniela Prata e Samuel Celestino, ela defende a tese de que o candidato a governador que vencer a eleição deverá transferir os votos que lhe elegeu para o resto da chapa. Como o eleitor vota duas vezes para o senado, sem poder repetir o voto no mesmo candidato, a transferência dos votos confirmaria a vitória dos dois senadores. "Faz parte da tradição os senadores eleitos serem da chapa do novo governador." endossa.
Ela reconhece que, no “primeiro momento”, quando se especulou a formação da chapa de esquerda, “causou uma insegurança”, mas que “já foi ultrapassada”. A deputada criticou a postura de membros de partidos da base, que fazem pressão através da imprensa para conseguir influir nas negociações. “Não é momento para debatermos pela imprensa. Tem que sentar com o governador e decidir”, defendeu. Lídice ressalta que não deve haver pressa para a definição da chapa, pois as convenções acontecem apenas em junho. “Até a eleição muita coisa passa por baixo dessa ponte”, concluiu.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Ciro tinha chances de chegar ao 2° turno

Cristovam Buarque*
A saída do deputado Ciro Gomes da disputa presidencial comprova uma aliança contra o instituto dos dois turnos nas eleições presidenciais. Uma espécie de conspiração de dois lados: as pressões dos grandes partidos para eliminar a identidade e liberdade dos pequenos, atraindo-os para alianças desde o 1º turno, e a opção da mídia para priorizar aqueles que, desde o início da pré-campanha, estão bem nas pesquisas. E, acima de tudo, não representam ameaça de mudança no rumo das prioridades sociais e das bases da economia.
Essa é uma maneira de driblar a Constituição. Limita-se a participação do povo apenas ao voto. Participar é escolher quais serão esses dois candidatos; votar é escolher entre os candidatos apresentados. No 1º turno, o eleitor escolhe o candidato mais próximo do que ele deseja; no 2º, vota naquele menos distante. Em vez disso, está sendo montado um sistema no qual os eleitores não participam, apenas votam entre os escolhidos pelas alianças prévias, pelos institutos de pesquisas e pela mídia.
Esse processo leva ao fortalecimento de dois grandes blocos, com o impedimento de propostas novas, com a exclusão dos candidatos alternativos. O caso de Ciro é um exemplo. Nenhum candidato alternativo (inclusive o autor deste artigo, nas eleições de 2006) chegou perto de ameaçar os dois primeiros. Ciro ameaçava. Especialmente sem Lula no cenário eleitoral, e com dois principais candidatos pouco inspiradores. Ciro tinha claras chances de chegar ao 2º turno, mesmo sendo de um partido menor.
Sua presença na disputa provocaria um debate que não interessava, e agora não vai ocorrer. Era preciso tirá-lo do páreo. Os dois principais candidatos vão se concentrar naquele que errou menos nos últimos 20 anos, inclusive Itamar, que ambos representam, e não em qual acerta mais com suas propostas para o futuro.
Serra e Dilma são confiáveis ao sistema. Nada mudará, qualquer dos dois que seja eleito. Ficarão iguais as prioridades no uso dos recursos do Orçamento e as bases da economia. O futuro do Brasil não será o resultado de nenhuma reorientação, apenas da continuação de pequenos ajustes.
O sistema aprendeu em 1989: Covas, Ulisses e Brizola perderam no 1º turno. Tanto Lula quanto Collor representavam riscos. Optaram pelo menos arriscado e, ainda assim, cassaram o eleito. Nunca mais deixaram o risco acontecer. Em 1994 e 1998, FHC ganhou no 1º turno. Em 2002, um Lula confiável foi ao 2º turno, venceu e comportou-se como o sistema desejava. Sua genialidade política, sua liderança, seu neoglobalismo popular - ou neopopulismo global - permitiram combinar os interesses contraditórios da sociedade, porém sem modificá-la. Uma prova da unidade dos candidatos do sistema é que foi preciso o alerta de Ciro sobre a crise cambial e fiscal que pode vir adiante.
Em 2006, todas as alternativas foram anuladas: Heloísa chegou com apenas 6,85% e o autor deste artigo com apenas 2,64%. Antes disso, o Dr. Enéas – com estilo esquisito, mas conteúdo lúcido – foi ridicularizado da mesma maneira que todos os outros que não estavam na frente, inclusive Ciro, apesar de um eleitorado em torno de 20 milhões de brasileiros.
Ciro tentou, como outros de nós também. Não ganhamos, mas tentamos. Falta ver o que as pesquisas dirão sobre Marina, Plínio e os outros candidatos que consigam se manter: Américo de Souza (PSL), Zé Maria (PSTU), Oscar Silva (PHS), José Maria Eymael (PSDC), Rui Costa Pimenta (PCO), Levy Fidelix (PRTB), e Mário Oliveira (PTdoB), cada um por sua contribuição ao debate.
*Cristovam Buarque Foi reitor da UNB, é professor da Universidade de Brasília e Senador

terça-feira, 4 de maio de 2010

Requerimento de Lídice viabiliza Seminário sobre Milton Santos em Brasília

A Comissão de Educação e Cultura da Câmara Federal, atendendo a requerimento da deputada Lídice da Mata (PSB/BA) realiza hoje (04), às 14h30, em Brasília, seminário dedicado a vida e a obra de geógrafo baiano Milton Santos, conhecido no Brasil e no Exterior, como um dos mais importantes pensadores em sua área de atuação.
A mesa será composta pelo presidente da Casa, deputado Michel Temer, deputado Ângelo Vanhoni, presidente da Comissão de Educação e Cultura, a deputada Lídice da Mata, autora da proposta, Ministro da Cultura Juca Ferreira, representante do governador da Bahia Jaques Wagner, senadora Fátima Cleide, presidente da Comissão de Educação e Cultura do Senado.
Palestrantes

Tema 1: Milton Santos: O Homem e Intelectual.
Fernando Costa da Conceição
Professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA).
Tema 2: Milton Santos: A Obra Revolucionário de Milton Santos - Teoria Geográfica, Globalização e Terceiro Mundo.
Aldo Aloísio Dantas
Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Tema 3: A natureza na obra de Milton Santos
Marília Luiza Peluso
Professora Chefe do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília -UNB.
Debatedores
Professor Rafael Sânzio Araújo dos Anjos - Geógrafo, Professor Associado do Departamento de Geografia da Universidade de Brasília (UnB).
Zulu Araújo - Presidente da Fundação Cultural Palmares

domingo, 2 de maio de 2010

85 anos da Ialorixá do Opô Afonjá

A Bença Mãe Stella de Oxossí
Baiana de Salvador, nascida a 2 de maio de 1925, está completando 85 anos de vida, neste domingo, a cidadã Maria Stella de Azevedo Santos, enfermeira de profissão e Ialorixá por fadário, querer de Deus, escolha dos Orixás.Trata-se de Mãe Stella, a Ialorixá Stella de Oxóssi, consagrada, iniciada há 71 anos como Odé Kayodé, nome iniciático que quer dizer ‘Caçador de Alegria’, seu Oxóssi. Ela é a sacerdotisa maior, desde 1976, do trono de Xangô do terreiro de nação iorubá – Keto/Nagô, conhecido como o Ilê Axé Opô Afonjá, a roça de São Gonçalo do Retiro, assentada em 1910 pela notável Mãe Aninha, a lendária Obá Biyi, antecessora de Mãe Senhora. A roça do Opô Afonjá comemora 100 anos de fundação, neste 2010.Mãe Stella é a Yá da Mãe-Preta Bahia. Antenada, moderna e ao mesmo tempo rigorosa na prática e na defesa dos fundamentos da religião, ela tem marcado seu tempo à frente da comunidade Keto Afonjá cuidando da preservação do culto e também, de forma pioneira, da transmissão por escrito do conhecimento e dos princípios aprendidos com os antepassados e transmitidos oralmente pelo mais velhos, há gerações. “O que não se registra o vento leva”, costuma repetir.
Com o propósito de disseminar ensinamentos escreveu Meu Tempo é Agora, um manual indispensável à compreensão da religião dos Orixás. Depois, lançou Oxóssi, O Caçador de Alegrias, livro dedicado ao Orixá que rege sua cabeça, com mitologias e reflexões sobre o guardião dos terreiros baianos de nação Keto. Mais recentemente, escreveu um livreto de antigos ditos, relembrando provérbios guardados na memória desde os tempos de criança: Owé – Provérbios, em português e iorubá. Por último, lançou o ilustrado Epé Laiyé –Terra Viva, uma parábola para crianças (de todas as idades) em defesa da mãe-natureza, fundamento da religião dos Orixás.Nosso carinho, nossa homenagem a Mãe Stella de Oxóssi, em seus 85 anos de vida, desejando-lhe Axé, saúde e luz, sabedoria, sempre.
zédejesusbarreto - jornalista, poeta e escritor*