segunda-feira, 31 de maio de 2010

Homenagem a Milton Santos

Lidice da Mata**
A Câmara prestou homenagem ao geógrafo e professor Milton Santos, um dos mais brilhantes e respeitados intelectuais do nosso tempo, que faleceu há nove anos, deixando uma imensa lacuna, mas também nos legando uma obra incomparável que hoje é referência em todo o mundo. Não é nenhum exagero dizer que Milton Santos fundou uma nova Geografia, reescreveu os fundamentos desta disciplina, nos ensinando uma nova forma de olhar e compreender o mundo.
Negro, nascido em Brotas de Macaúbas, no interior da Bahia, nunca se deixou abater pelo racismo, pelo preconceito social e nem pelas imensas dificuldades que enfrentou ao longo dos seus 75 anos de vida. Milton Santos foi um vencedor, um mensageiro da esperança, um guerreiro da palavra que, sempre com um sorriso amável, nunca parou de lutar e nos legou um arsenal de ideias sobre a problemática do mundo globalizado e as possibilidades de construirmos um futuro melhor para todos.
Nada mais apropriado para homenagear esse brasileiro de espírito crítico e inovador do que discutir a sua obra, debater e divulgar as suas ideias. Por isso, a Comissão de Educação e Cultura, da qual eu faço parte, promoveu este mês, em que se comemora o Dia do Geógrafo, um seminário que contou com a participação de muitos parlamentares e representantes do meio acadêmico.
Neste momento, em que vivemos a mais grave crise do capitalismo no mundo, considero necessária e oportuna uma reflexão sobre o pensamento de Milton Santos. Ele nos inspira novos caminhos, nos aponta o rumo de uma outra globalização, em que o desenvolvimento seja voltado para o homem e não apenas para o benefício das corporações nacionais e transnacionais.
Brasileiro, apaixonado por sua terra, Milton Santos é um pensador universal. E nesse aspecNegritoto, devemos destacar que não foi por acaso que, em 1994, ele recebeu o Prêmio Vautrim Lud, considerado o Nobel da Geografia. Sem dúvida o coroamento de uma trajetória que começou na Bahia, onde, além de professor, foi jornalista e um intelectual engajado, um combatente das causas políticas e sociais.
*Na foto de Osvaldo Campos, Lídice e Fernando Coceição, que escreve a biografia de Milton Santos
** Economista, é Deputada Federal e candidata ao Senado pelo PSB-BA

Um comentário:

  1. Flávia Figueiredo06/09/2012, 18:19

    E a história se repete...
    O site de Literatura e jornalismo de Fernando Conceição, foi proibido em 01/09/2012 de utilizar o termo "Acorda, amor" em seus post sobre eleição municipal em Salvador. Esta música (http://www.youtube.com/watch?v=kMmlXCcRjJc) do Chico Buarque é um marco musical da época da ditadura.
    Mais informações, acessem: http://onegronobrasil1980.blogspot.com.br/ e também http://fernandoconceicao.com/"Acorda.

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