segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Samuel Nonato faz análise do momento político em Salvador

Pedro Thomé*
Primeiro suplente na Câmara Municipal e membro da executiva municipal do Partido Socialista Brasileiro (PSB), partido que já fez parte do governo, e hoje é oposição ao executivo municipal, Samuel Nonato (foto) se manifestou diante do momento de crise política que vive Salvador sob a administração do prefeito João Henrique.
Vice-presidente do PSB em Salvador, Samuel Nonato conversou com a equipe de reportagem e fez um panorama da conjuntura atual, da possível saída de Lau e Palinha do PSB e possíveis estratégias da legenda para as próximas eleições, em 2012. Leia a entrevista
P - Como o PSB vê hoje a situação de Salvador?
Samuel Nonato
– Nós estamos vendo com muita preocupação porque essa situação financeira, econômica e de gerenciamento da cidade, inclusive através da nossa senadora Lídice da Mata, propomos na semana passada um pacto pela cidade com as forças vivas de Salvador para que a gente possa resgatar, digamos assim, a moral de Salvador. Vemos que a situação da prefeitura é desastrosa, no ponto de vista da administração, coisa que nós visualizamos desde o primeiro mandato de João Henrique quando saímos da administração, em 2007. Tivemos a oportunidade de gerenciar a Secretaria de Emprego e Renda e dar nossa contribuição, mas saímos do administração e podemos indicar que o projeto que João Henrique queria para a cidade era contraditório ao que foi proposto durante a campanha de 2004.
P - Os dois vereadores do PSB, Orlando Palinha e Laudelino Lau, hoje fazem parte do bloco independente, mas ao longo de seus mandatos votaram em favor de João Henrique mesmo depois da saída da legenda do governo. Como fica essa relação entre partido e vereadores?
SN
– Eles sempre votaram a favor de projetos que na concepção do PSB vinham de encontro com o interesse da população. A relação entre Palinha e Lau com o partido nunca foi conflituosa, mas em certos momentos, eles tomaram posições desobedientes aos nossos mandamentos. Um exemplo é que nós somos contra o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) e Lau e Palinha votaram a favor do PDDU. Eles já se manifestaram a sair do partido, querem uma conversa com a executiva municipal e por enquanto estamos costurando, discutindo a liberação desses companheiros, sem brigas, até porque não é interesse dos socialistas ter mandatos que não comungam com o estatuto do nosso partido.
P – Na próxima semana as contas da prefeitura serão apresentadas na Câmara Municipal de Salvador (CMS). Como o PSB vai se posicionar?
SN
– Primeiramente nós (PSB) vamos para a rejeição das contas de João. Mas precisamos avaliar melhor esses números, pois sabemos que todo tribunal é técnico, mas ele também tem um viés político. Sabemos também que existem pontos rejeitados nessas contas que são sanáveis.
P – Como o PSB vê a criação desse bloco independente dos vereadores, do qual Lau e Palinha fazem parte?
SN
– A gente vê como um avanço. Oito vereadores se colocaram, de certa forma, contrários ao que temos hoje, mas também temos uma certa ressalva por até ontem todos eles estava votando a favor do prefeito João Henrique e de repente eles criaram esse grupo independente.
P – Com relação às eleições de 2012, já há algo pensado ou definido?
SN
– Inicialmente nossa intenção é de que saiamos com uma candidatura própria. Salvador precisa de um gerente, de uma candidatura que desperte a vontade, o desejo, a esperança popular. Temos ainda discussões como a reforma política, mas a princípio o indicativo é de que lancemos uma candidatura própria, temos nomes para isso. Exemplo do companheiro Sérgio Gaudenzi, Domingos Leonelli, a senadora Lídice, o companheiro Isidório (Pastor Sargento Isidório), o Capitão Tadeu.
P – Nesse caso de candidatura própria, como ficaria a relação do PSB com o PT?
SN – Hoje temos uma boa relação com o Partido dos Trabalhadores (PT), mas somos o partido que mais cresce no país e toda relação é feita de contrapartidas. Essa discussão de que devemos ter presidente, governador e prefeito na mesma linha é atrasada. Claro que precisamos aliar secretarias, discurso e projetos, mas nossa relação com o PT nessa caso (se o PSB lançar candidatura própria) vai ser a melhor possível. Não desconhecemos a força do PT, nem o prestígio do presidente de honra do partido, o companheiro Lula, nem da presidente Dilma, mas os socialistas vão partir para a discussão, temos força para tal.
P– Para finalizar. Como o PSB pretende ajudar Salvador a sair dessa crise?
SN – Faremos o mesmo que o PT fez, e muito bem diga-se de passagem. O governador Jaques Wagner já começou a sinalizar algumas soluções para a cidade. Designou deputados bem votados na cidade (Maria Del Carmen e Jota Carlos) para dimensionar o tamanho da crise em Salvador. Da mesma forma vai fazer o PSB, dia 26/02 vamos discutir a cidade para ver de que forma podemos ajudar e vamos chamar todo mundo. A gente não quer ser o autor, porque nós todos somos autores e atores da história, mas vamos travar debates internamente, ver o que os governos estaduais e federais podem articular alguma melhoria.
O que mais olho com cuidado hoje é o movimento da CMS com relação as aprovação das contas. Se elas forem rejeitadas vai ser complicado porque João pode ficar inelegível por oito anos, mas e a cidade? Vai receber recursos? Por isso se for em nome da cidade vamos ver o que podemos fazer. Nossa ideia é fazer oposição, mas vamos fazer uma oposição propositiva, dizendo: Não concordo com isso, minha ideia é essa, e não querer tocar fogo na Babilônia e dizer que nada presta. Mas temos convicção de que essa situação vai ser resolvida, e a cidade vai ser salva.
* Jornalista do site Consulado Social

Um comentário:

  1. samuel sao pequenos adijitorios que ais vezis termina atrapalando e tirsndo varios votos de um politico

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