quinta-feira, 30 de abril de 2009

Uma Ponte para o Futuro

Osvaldo Campos
A concessão da BR 324, trecho entre Salvador e Feira de Santana, e a implantação da Via expressa Baía de Todos os Santos, são acontecimentos que poderão viabilizar a construção da ponte de ligação entre Salvador e a ilha de Itaparica.
A concessão da rodovia Salvador–Feira ao consórcio Rodobahia, grupo formado pela espanhola Isolux-Corsan e pelas empresas brasileiras Engevix e Encalso, terá o prazo de 25 anos e implicará na implantação de dois postos de pedágio, cobrando a tarifa de R$ 2, 21, em ambos os sentidos. Ao contrário do trecho da BR 116 entre Feira de Santana e Cândido Sales, integrante da mesma concessão, que deverá ser totalmente duplicado durante o prazo de concessão, o edital não previu o aumento da capacidade de tráfego da BR 324, nem a duplicação do anel rodoviário de Feira.
A rodovia, que em alguns trechos já registra uma movimentação de mais de 30 mil veículos dia é atualmente a principal via de acesso a Salvador,e, em menos de 15 anos estará no limite de sua capacidade de tráfego, o que tornará viável uma segunda opção de acesso a Salvador mediante a concessão da construção da ponte Salvador – Itaparica e da ligação entre Bom Despacho e Nazaré.
Por outro lado, a implantação da Via Expressa Baía de Todos os Santos, com investimentos de 300 milhões oriundos do PAC, Plano de Aceleração de Crescimento, criará a infra-estrutura necessária para a implantação da ponte e a articulação entre os dois acessos a Salvador.
Não por acaso, dois grandes grupos privados nacionais já estão com estudos avançados para a implantação do projeto de construção da ponte, mediante concessão pública. Prevendo-se uma movimentação de cerca de 20 mil veículos /dia em 15 anos, a viabilização da nova ponte estará atrelada à cobrança de um pedágio de cerca de R$ 25, 00, (inferior à atual tarifa do Ferry Boat) e, à implantação de um projeto de desenvolvimento urbano planejado da ilha.
Coincidentemente, o atual processo de degradação da ilha teve início justamente com a concessão da estrada do Côco/Linha Verde, que, assegurando acesso rodoviário de qualidade para a Costa dos Coqueiros, possibilitou a implantação do projeto Sauípe e a consolidação da Praia do Forte com destino turístico e de veraneio. Propiciou também o deslocamento do vetor de expansão imobiliária de Salvador para o litoral norte e, mais recentemente para a Avenida Luiz Viana Filho.
Uma nova concessão rodoviária, incluindo a construção da ponte Salvador – Itaparica e a duplicação do trecho entre Bom Despacho e a ponte do Funil, assegurando acesso rápido e eficiente, deverá reverter este vetor de expansão imobiliária, transformando o atual panorama de degradação da ilha.
Mediante um bem estruturado plano de desenvolvimento urbano, a ilha poderá se transformar e crescer de forma ordenada, impedindo também o atual processo de crescimento desordenado de Salvador, com seus reflexos no trânsito e na qualidade de vida dos habitantes da cidade.
Osvaldo Campos Magalhães - Engenheiro Civil e Mestre em Administração (Ufba), coordena o Nelt - Núcleo de Estudos em Logística, Transportes e Tecnologias Sustentáveis. Foi candidato a Vereador em Salvador em 2008-PSB.

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