sexta-feira, 11 de setembro de 2009

UNEB Homenageia Mãe Stella de Oxóssi

Maria Stella Azevedo dos Santos é mesmo uma mulher singular. Assim como fizeram suas predecessoras no Afonjá, Mãe Stella mantém a tradição religiosa herdada da África com uma seriedade que faz desse terreiro um referencial para todo o candomblé. Uma tarefa que, garante ela, a absorve integralmente. A autora de livros, enfermeira e funcionária pública aposentada tem que dividir o seu tempo entre as atividades religiosas, as consultas e as solicitações de entrevistas, palestras e conferências em vários países. Com voz branda e uma fluência verbal invejável, ela revela a clareza e inteligência que a tornaram uma líder religiosa respeitada em todo o mundo. Mas, para as crianças do Afonjá, ela é apenas a “Tia Stella”.
A solenidade de concessão do título Doutor Honoris Causa a Maria Stella de Azevedo Santos, a Mãe Stella de Oxóssi, aconteceu nesta quinta-feira (10) no Campus 1 da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), no Cabula. A honraria é uma das mais raras da instituição e é entregue a personalidades que tenham se distinguido pelo saber ou pela atuação em prol das artes, das ciências, da filosofia, das letras ou do melhor entendimento entre os povos. Segundo o governador Jaques Wagner, o título é uma forma de a Bahia reconhecer a luta da líder religiosa pela preservação da cultura africana. “São mais de 70 anos dedicando a vida ao candomblé e à preservação da cultura afro no nosso estado. Uma mulher que aos 84 anos continua no caminho de fazer o bem e de divulgar a nossa cultura. Esse reconhecimento é para estimular trabalhos bonitos como o dela”, disse Wagner. O reitor da Uneb, Lourisvaldo Valentim, afirmou que a ialorixá construiu um legado cultural muito importante para a sociedade e por isso merece ser homenageada. “Ela é uma líder religiosa que sempre lutou pela preservação da matriz africana, e a concessão desse título é uma forma que a comunidade acadêmica da Uneb encontrou para valorizar esse trabalho”, destacou Valentim. Mãe Stella ficou lisonjeada pela lembrança de seu nome e o reconhecimento ao seu trabalho. “É bom saber que nosso trabalho é reconhecido. Essa luta pela preservação dos costumes tem que ir em frente. E homenagens como essa nos motivam a continuar nesse caminho”, declarou a ialorixá.

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