quinta-feira, 16 de junho de 2011

Conservadores ameaçam avanços, alerta Lídice

A consolidação da democracia e as conquistas sociais obtidas pelos governos de esquerda nos últimos anos não são suficientes para afastar a ameaça aos avanços na garantia dos direitos humanos. O diagnóstico foi feito pela Senadora Lídice da Mata na noite desta quarta-feira 15/06, durante o lançamento do Comitê Baiano pela Verdade, no Palácio da Aclamação, em Salvador.
"Os setores conservadores da sociedade estão muito ativos e a única coisa que pode garantir a nossa vitória é a nossa constante mobilização", declarou Lídice, diante de uma plateia formada por vítimas e parentes de vítimas da ditadura. O evento, organizado pelo presidente do grupo Tortura Nunca Mais, o sociológo Joviniano Neto, contou com a presença da ministra-chefe da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, Maria do Rosário, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, Almiro Sena, e o deputado federal Emiliano José, entre outras autoridades.
O Comitê Baiano pela Verdade defende a instalação imediata da Comissão Nacional da Verdade, que irá apurar os crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante o regime militar (1964-1985). "Não se trata aqui de buscar vingança ou revanche, nem mesmo de botar na cadeia os responsáveis por estes crimes, como fez a Argentina, onde o ex-presidente e general Videla está preso, aos 85 anos. Trata-se apenas de dar aos cidadãos brasileiros o direito de conhecer a verdade, de colocar o Estado na frente do espelho e que seja capaz reconhecar as coisas maravilhosas e as coisas monstruosas que fez", disse Emiliano, ele próprio um preso político durante os chamados anos de chumbo.
Enquanto Emiliano vê com otimismo a possibilidade da instalação da Comissão da Verdade na Câmara, Lídice acredita que no Senado outra briga por transparência será mais acirrada: a do fim do sigilo eterno de documentos ultrassecretos.
"Vamos ter de fazer uma mobilização para reverter essa tendência. Me coloco inteiramente à disposição por esta causa, dentro e fora do Senado. Vamos à luta que a vitória será nossa".

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