quinta-feira, 2 de junho de 2011

Lídice pede que promotoria avalie o caos na Fundação Cidade Mãe

A senadora Lídice da Mata (PSB), fundadora da Fundação Cidade Mãe, em entrevista afirmou que o ex-presidente da entidade, Carlos Alberto Lamoso Fráguas, não tinha outra saída senão pedir demissão. Ela participou, na última segunda-feira (30), da audiência pública que debateu a situação da instituição, na Câmara Municipal de Salvador, e se disse horrorizada. “Foi algo chocante. As fotos, as imagens, falaram mais do que qualquer coisa. Por razões óbvias, eu evitei por muito tempo falar sobre a Fundação Cidade Mãe, já que eu sou a fundadora. Mas vinha recebendo sistematicamente denúncias sobre sucateamento e abandono. O presidente da Associação de Bairros de São Marcos apresentou fotos em que um prédio da prefeitura foi saqueado pelos vândalos e completamente destruído. Havia capim alto no lugar onde era grama bem cuidada e espaço de jardinagem e plantação de hortaliças. Naqueles lugares onde havia computadores, doados pela ex-primeira-dama dos Estados Unidos Hillary Clinton, não existe mais nada. As fotos mostraram até uma caixa de luz arrancada para que os fios de cobre fossem retirados”, detalhou.
Após a queda do presidente da Fundação Cidade Mãe, a senadora Lídice da Mata exige agora que a promotoria seja acionada para avaliar o caso. A parlamentar apela para que haja reestruturação da FCM, em vez de um possível fechamento. “Acho que depois de toda essa demonstração, era preciso que ele (Carlos Fráguas), que eu nem sei quem é – e pouco importa – saísse, porque não estava administrando nada. Uma pessoa que deixa acontecer algo daquela natureza a um patrimônio sob a sua responsabilidade... Eu esperava que o prefeito desse uma resposta imediata e exigisse responsabilização ao Ministério Público. Esse discurso de que a nova Lei de Assistência Social abarcaria o atendimento, sem a necessidade da Cidade Mãe, é meio dissimulado. Ninguém está dizendo que não precisa incluir na lei, que nem existe ainda, nem que não precisa modernizar, mas não se pode deixar acabar sem constituir nenhuma outra rede de atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco social. Tem que ser intensificado”, alertou. A Fundação foi constituída há 15 anos, ainda na gestão Lídice, e enfrenta, no governo João Henrique Carneiro (PP), a sua maior crise.

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