sábado, 15 de outubro de 2011

Lídice da Mata: movimentos contra a corrupção devem incorporar maior grau de politização

A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) louvou as recentes manifestações contra a corrupção no país - as últimas foram realizadas na quarta-feira (12), em diversas cidades. No entanto, em Plenário, nesta sexta-feira (14), ela afirmou que o movimento de jovens corre o risco de "cair no vazio" se não incorporar maior grau de politização.
- Na mera bandeira única da corrupção, pode ser manipulado o sentido dessa luta para um sentido de aversão total à política, às organizações populares do povo brasileiro, que foram conquistas, também, dos trabalhadores brasileiros - afirmou.
Para Lídice da Mata, o combate à corrupção é indispensável à consolidação da democracia e também a bandeira "mais simpática ao povo". Ela assinalou, porém, que "a grande imprensa, num minuto, toma conta dela com um viés diferente". Na opinião da senadora, a abordagem relembra o "lacerdismo", tida como a prática de quem critica a corrupção porque não está sendo por ela beneficiada, uma referência ao suposto tipo de ação do falecido político Carlos Lacerda.
- Eu ouvi alguns meios de comunicação comemorarem as manifestações, dizendo: 'nelas não há permissão de partidos políticos' - leia-se, portanto, coisa suja. 'Nelas não há participação do político' - também igual a coisa suja. 'Nelas não há participação da UNE' - coisa suja também. 'Nelas não há participação das centrais sindicais' - coisa suja também.
Para a senadora, se existem desvios na condução dessas organizações, eles podem ser corrigidos. Conforme assinalou, isso poderá ser feito pelos seus próprios integrantes. No caso das organizações sindicais, os trabalhadores, e da UNE, os estudantes, que por sua organização e consciência poderão encontrar "os caminhos de aprimoramento da democracia interna dos seus movimentos".
Frente suprapartidária
Do mesmo modo como no passado, no enfrentamento à ditadura militar, Lídice disse acreditar na força de um movimento suprapartidário no sentido do"fortalecimento e da radicalização da democracia brasileira", e que tenha a finalidade de garantir ao país avanços nos campos social e político. Segundo ela, o movimento não excluiria os partidos políticos e poderia ir além das bandeiras defendidas pelo movimento que hoje está nas ruas, que também inclui a defesa da Lei da Ficha Limpa e a abertura do voto parlamentar no Congresso.
De acordo com a senadora, a reforma política e o financiamento público das campanhas eleitorais são pontos obrigatórios da plataforma da frente popular e unitária. Segundo ela, o financiamento ainda não é uma tese bem compreendida pela sociedade, mas é preciso insistir em sua defesa, pois ela está estreitamente associada ao combate à corrupção.
Agência Senado

Nenhum comentário:

Postar um comentário