
“O tempo de tevê não pode ser utilizado como moeda de troca pelos partidos que não tem candidatos. Não foi para isso que a Lei foi criada e nem é isso que a Constituição Federal estabelece”, enfatizou o advogado e secretário Especial do PSB, José Antônio Almeida (foto). O questionamento foi motivado pela reiterada observação de que partidos sem candidatos sistematicamente negociam sua participação em coligações “sem pé nem cabeça”, com base na “comercialização” do tempo de televisão a que tem direito. Tal fato já foi noticiado em diversas ocasiões pela imprensa nacional.
Com base na proposta apresentada pelos socialistas, a soma dos tempos dos partidos integrantes das coligações deve ser equivalente aos tempos daqueles partidos que, efetivamente, tenham candidatos a cargos majoritários naquela eleição, sejam aos cargos de titular ou aos cargos de suplentes. Numa situação hipotética, em uma coligação composta por cinco legendas, com candidatos aos cargos de governador e vice-governador, seriam somados apenas os tempos daqueles partidos aos quais estes candidatos sejam filiados. Ou seja, caso cada um esteja filiado a um partido diferente, se somarão os tempos destinados a cada uma das duas legendas. No caso de chapas puro-sangue, aquelas com ambos os candidatos pertencentes a um único partido, será considerado apenas o tempo destinado àquele partido.
Para o advogado, que também preside a legenda no Maranhão, a proposta não muda a regra, mas a sua interpretação. Deste modo, a distribuição do tempo será mais isonômica e não artificial, como é feita atualmente. Com isso, candidatos terão mais espaço para apresentar suas propostas, o que representa ganho para todo o processo eleitoral. Almeida reforça, ainda, que da forma como a Lei é interpretada atualmente, “o tempo de tevê acaba sendo elemento de corrupção”.
O documento protocolado junto ao TSE aprofunda ainda mais essa questão. “Esta, a corrupção, a rigor, não se resumirá à troca indevida de dinheiro por tempo de televisão: pode haver ‘negociação’ sem que haja, necessariamente, no primeiro momento, pecúnia envolvida. Assim, o tempo de televisão pode ser ‘moeda de troca’ de futuros cargos na Administração, se exitosa a campanha, não raro para que, de posse desses ‘feudos’, os integrantes da agremiação que cedeu o seu tempo possam, eles próprios, auferir o proveito pecuniário que almejavam, sabe-se lá de que meios e modos”.
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