segunda-feira, 30 de maio de 2011

Partidos querem pluralidade de modais para Salvador



“Os partidos aqui representados não se deixam levar por esta conversa de que o metrô e VLT são muito caros e que não há tempo de serem concluídos até a Copa. Salvador é a terceira maior capital do país e como qualquer grande cidade do mundo não pode depender de um único modal de transporte. O que está em questão não é orçamento nem a Copa do Mundo, mas o futuro da cidade para os próximos 20 anos”, declarou a Senadora Lídice da Mata, no encerramento do “I Seminário Salvador em Debate”, promovido conjuntamente pelos partidos PSB, PTB e PCdoB.
Em sua síntese sobre o encontro, Lídice ressaltou o consenso entre os partidos de necessidade de maior participação popular nas decisões da prefeitura, mediante à retomada dos conselhos municipais; invocou a necessidade de incluir o assunto mobilidade dentro de um planejamento que contemple as necessidade de todos os cidadãos e não sirva apenas aos interesses de determinados grupos econômicos; e reafirmou a legitimidade de todos os partidos para debater livremente os assuntos de interesse da cidade.
Mobilidade Urbana foi o tema debatido no encontro realizado na manhã desta segunda-feira(30) no Hotel Mercury, em Salvador. Lídice presidiu a mesa formada ainda pelos deputados federais Antônio Britto (PTB), Daniel Almeida e Alice Portugal (ambos do PCdoB) e pelo deputado estadual Capitão Tadeu (PSB). O vice-prefeito Edvaldo Britto foi o debatedor convidado pelo PTB, enquanto o secretário de Assuntos da Copa de 2014, Ney Campello representou o PCdoB e o diretor do Instituto de Arquitetura da Bahia, Daniel Colina, o PSB.
Também tiveram a oportunidade de se manifestar as vereadoras Olívia Santana e Aladilce, do PCdoB, além de representantes de entidades de defesa dos direitos das pessoas com necessidades especiais e lideranças comunitárias dos bairros de Cajazeiras, Subúrbio, Castelo Branco e Mussurunga, em Salvador, e dos municípios de Lauro de Freitas, Simões Filho e Camaçari, da Região Metropolitana de Salvador., além do presidente da Executiva Municipal do PSB, Waldermar Oliveira.
“A crise no transporte público é apenas uma das evidências da falta de planejamento urbano, a ponto de a discussão entre BRT e VLT ter se transformado em uma espécie de Ba-Vi, como se só fosse possível assumir um dos lados. Precisamos primeiro planejar, pra depois dizer o que pode ou não ser incorporado ao tecido urbano”, pontuou Ney Campello, que defendeu a criação de um sistema de ciclovias que seja uma opção não apenas de lazer, mas de locomoção dos soteropolitanos.
Para o arquiteto Daniel Colina, não faltam leis, e sim maior controle social do abuso econômico das grandes corporações, como prevê o Estatuto das Cidades. “A operação urbana consorciada, uma experiência que já está em curso em algumas cidades brasileiras, é uma saída. Com ela é possível emitir certificados que permitem que grandes e pequenas empresas participem da lucratividade dos projetos”, afirmou.
Para o vice-prefeito Edvaldo Britto, antes mesmo de criar novos modais é necessário recuperar as estações de transbordo (Lapa, Mussuranga, Pirajá e Iguatemi), resgatar a via náutica, complementar a ligação de trem do Subúrbio-Calçada até o Comércio, concluir as obras do Metrô, readequar a frota de ônibus à realidade de cada um dos 163 bairros de Salvador e instituir a bilhetagem única. “Mais do que isso é preciso restituir ao poder público municipal o poder de polícia do direito de uso do solo urbano”, declarou.

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